O ator Alain Delon, 77, galã nos anos 60 e 70 declarou à revista Paris Match, que perdeu a paixão pelo mundo e que passa a maior parte do seu tempo à toa, com os seus animais.
Disse mais: “o mundo atual não me agrada mais. Nada me excita realmente e eu era uma pessoa apaixonada. O que me falta é vontade, paixão. Mas vou despertar, talvez”.
Disse, outrossim, que quer compartilhar o máximo que puder com os seus filhos.
“Não quero morrer sozinho”
Admitiu ser um homem nostálgico, que frequentemente olha para o passado.
Disse não ter medo da morte.
Tenho medo de ficar paranóico como, ao que parece, ficou Alain Delon.
Tenho pavor do que pode vir com a velhice. É preciso muita terapia, muito trabalho mental para aceitar a velhice com naturalidade; para olhar para o horizonte e não vislumbrar o futuro.
O tempo passa de forma inclemente; sabemos todos. Vivemos, por assim dizer, a aceleração da vida, razão pela qual a chegada da velhice vai agastando, fazendo as suas vítimas, nos tornando – ou, pelo menos, alguns de nós – taciturnos e preocupados com o porvir.
Nos dias presentes, quando encontro algum amigo que há tempo não vejo, fica impressionado com o que o tempo fez com ele; decerto que esse amigo, ao ver-me, é tomado pela mesma estupefação.
Que pena! O tempo bem que podia ser menos inclemente.
Acho que idade nada mais é do que um estado de espírito. Existem “jovens velhos”, assim como pessoas que, no outono da vida, conseguem entender que vivem agora a “idade da liberdade de escolha, dos acertos, das novas qualidades, das verdadeiras descobertas, sem dúvidas, mas com a certeza de conquistas verdadeiras, onde a mente não acompanha o envelhecimento do corpo, mas aprimora cada vez mais o companheirismo entre a razão e o coração”. Não será diferente com a sua pessoa,meu caro amigo, Desembargador José Luiz Oliveira de Almeida.