Você, certamente, já ouviu alguém muito próximo verbalizar essa frase. Se a frase é proferida circunstancialmente, tudo bem. Qualquer um de nós pode, em determinado momento, pronunciá-la. Entrementes, se essa frase traduz um estilo de vida, uma pratica de vida, uma profissão de fé, uma doutrina, um norte, um prumo, um caminho a ser seguido, bom, aí é de preocupar.
O cidadão (?) que emprega essa frase como um aforisma, está muito longe de ser um exemplo a ser seguido. Eu tenho muito dificuldade de conviver com quem faz apologia do “num tô nem aí”. Eu tenho, devo admitir, muita restrição a quem, diante de um determinado contratempo, se limita a proferir o apotegma “num tô nem aí”.
O indivíduo é chamado de guloso, obeso, viciado, cachaceiro, safado, trambiqueiro, golpista, trapaceiro, dentre outros predicados, e responde, singelamente: “num to nem aí” para quem se incomoda com o meu vício, minha cachaça, minha gula, com meus trambiques, com as minhas trapaças. E arremata: eu não sou o único safado deste mundo. E, finalmente, obtempera: eu não nasci para consertar o mundo. Esse cara, convenhamos, não tem vergonha. Creia!