Leia, deguste e, depois, regurgite

Gravação da PF mostra que Arruda gerenciava mensalão

Diálogo contradiz a versão do governador, de que ele foi “vítima” de uma trama

Em outubro, Arruda aparece perguntando sobre “despesa mensal com político’; para defesa, a própria PF admite falha técnica em transcrição

FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Análise da gravação feita com autorização judicial e monitorada pela Polícia Federal mostra José Roberto Arruda reorganizando pessoalmente o mensalão do DEM em outubro deste ano, contradizendo a versão do governador do DF de que foi vítima de uma trama.
Ao ler seu comunicado de defesa, Arruda disse que o diálogo gravado em 21 de outubro foi “conduzido para passar uma versão previamente estudada”. Mas, nos trechos transcritos no inquérito que apura montagem de caixa dois em campanha eleitoral e distribuição de propina, o governador aparece perguntando como está “a despesa mensal com político”. Questiona ainda quem pega e quem entrega a suposta propina e orienta a unificar os pagamentos.
“Tem que unificar tudo!”, diz Arruda, após ouvir nomes de seis deputados distritais e um administrador regional de partidos da base (PMDB, PP, PRP, PMN) que estavam sendo beneficiados com valores distintos, entregues por mais de um integrante do primeiro escalão do governo do Distrito Federal.
No diálogo são citados os deputados Benedito Domingos (PP), Rôney Nemmer (PMDB), Pedro do Ovo (PRP), Rogério Ulysses (PSB), o suplente Berinaldo Pontes (PP) e Aylton Gomes (PMN), administrador regional. Todos eles negam participação no esquema.
“Temos que saber de um por um. O problema é: tá em várias mãos”, reclama o governador do DEM ao perceber que seus auxiliares não sabem responder quem está pagando Benedito Domingos, presidente do PP no DF e deputado distrital.
O mensalão teria se desorganizado com a saída de Domingos Lamoglia da chefia de gabinete. “Se ele não vai pegar com o Domingos, ele vai pegar com quem?”, questiona Arruda, que demonstra saber o valor exato do suposto repasse ao presidente do PP. “O natural seria com o Fábio, né?”, diz o chefe da Casa Civil, José Geraldo Maciel, referindo-se a Fábio Simão, novo assessor de Arruda.
No diálogo, o governador deixa claro a insatisfação com possíveis esquemas paralelos na Secretaria de Saúde, até ontem comandada pelo deputado federal Augusto Carvalho (PPS). O próprio Barbosa diz: “Cê tem que pegar Antunes [Fernando Antunes, presidente do PPS no DF] e dar uma freada. O Augusto mais o Antunes tomaram muito dinheiro”. Arruda teria aparentemente perdido o controle e expressado a vontade de trocar o comando do órgão.
Os diálogos foram monitorados pela PF e gravados por Durval Barbosa, ex-secretário e colaborador da investigação.
Em entrevista à Folha, Arruda reiterou que considera tudo uma trama de seu adversário político local, Joaquim Roriz (PSC), e afirma ter recebido dinheiro diretamente uma única vez.
Apesar de as investigações indicarem a participação de Arruda, ele só pode ser processado no Superior Tribunal de Justiça com autorização da Câmara Legislativa.
Mas ao menos um terço dos 24 deputados são citados no inquérito ou aparecem recebendo dinheiro, entre eles o presidente da Casa, Leonardo Prudente (DEM), e o corregedor Júnior Brunelli (PSC).
A assessoria de Arruda disse que advogados preparam interpelação judicial para questionar “falhas técnicas” apontadas pela PF ao transcrever o diálogo gravado em 21 de outubro.
Segundo relatório da PF, a gravação “não compreende ao registro de toda situação” em razão de pane técnica. Com base nisso, a assessoria de Arruda avalia que a interpretação do diálogo fica comprometida.

Fonte;

Folha de São P aulo

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0212200902.htm

A propósito da matéria postada no blog O Parquet

Li, ainda há pouco, uma matéria postada no blog do estimado Juarez Medeiros, na qual faz menção às minhas inquietações, em face da omissão do Ministério Público.

Devo dizer, a próprósito, que já denunciei o fato, por escrito, ao Corregedor-Geral de Justiça e este, por sua vez, já o levou ao conhecimento da Excelentíssima Corregedora-Geral do Ministério Público.

O fato, portanto, já saiu do âmbito da 7ª Vara Criminal e ingressou na esfera administrativa da Corregdoria-Geral do Ministério Público, que, fui informado, acaba de fazer uma correição na 23ª Promotoria, tendo, certamente, constatado que as acusações que fiz são mais que verdadeiras.

Reafirmo que, alfim da Meta II, vou relacionar – aliás, já estou elaborando essa relação – todos os processos que estiveram em poder do Ministério Público, cujos prazos foram excedidos, injustificadamente, apenas para reafirmar que não estou sendo leviano.

Reafirmo o que disse anteriormente: não fosse a omissão do Ministério Público, especialmente da 23ª Promotoria, há muito ter-se-ia encerrado a Meta II. Ou, pelo menos, muito próximos estaríamos do final. Se ainda nos faltam cerca de 35 processos para julgamento, a culpa é toda do Ministério Público, conquanto não possa obscurecer a contribuição positiva que tem dado, nos dias atuais, o Dr. Orlando Pahceco.

Muitos foram os processos da 23ª Promotoria cujos prazos se excederam e que só agora estão sendo cumpridos pelo Promotor da 7ª Promotoria, a quem acusei, noutra feita, de ter pouca afeição ao trabalho, mas que, agora, é que tem nos ajudado, sem medir esforços; apenas cumprindo a sua abrigação, nada mais que isso, por isso o registro é até desnecessário.

A questão é singela: se o Ministério Público, de posse dos processos para ofertar as alegações finais, não o faz, como pode a defesa fazê-lo? E sem que sobrevenham as alegações finais da defesa, como posso prolatar decisão.

Mas que, fique claro, não sou injusto. Quando aponto a omissão do Ministério Público, não deixo de reconhecer quando age com desvelo. Mas agir com desvelo é obrigação, razão pela qual não se deve sequer consigar o fato.

Rita Hayworth e a passagem implacável do tempo

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No domingo passado, dia 29, assisti Gilda, filme de 1946, estrelado por Rita Hayworth. Confesso que o que me impulsionou a fazê-lo foi a beleza da protagonista. Não estava muito interessado no tema.
Filme na tela, em preto e branco, esperei, com ansiedade, o momento no qual apareceria a bela.,.Com quase 20 minutos de filme, finalmente, ela aparece: belíssima, estonteante, deslumbrante, saboreando um cigarro, que, no caso dela, ficou um charme só.
Em face do que vi, foi inevitável constatar o óbvio: que o tempo é implacável e que, afinal, todos nós, alfim e ao cabo, teremos o mesmo fim, mais cedo, menos cedo.
Rita Hayworth, conquanto bela, famosa e cortejada, abandonou o cinema em 1972 e pouco depois começou a sofrer do mal de Altzheimer, doença que a fez sofrer de depressão e alcoolismo, e que a levou ao falecimento em 1987, antes de completar 69 anos.
Fica a lição: não existe nada que dure para sempre, pois o tempo é, definitivamente, implacável.

TJ-SP suspende prazos processuais no fim do ano

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O Tribunal de Justiça de São Paulo aceitou o pedido de férias de advogados e decidiu suspender os prazos processuais do dia 21 de dezembro de 2009 a 6 de janeiro de 2010. O Conselho Superior da Magistratura paulista editou o Provimento 1.713/09 para atender ao pleito da OAB-SP, da Associação dos Advogados de São Paulo (Aasp) e do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp).

Todo ano as entidades representativas da classe dos advogados se reúnem para pedir à Justiça Estadual paulista a suspensão dos prazos. Este ano, o trabalho junto à diretoria do TJ começou em outubro. O provimento aprovado proíbe a publicação de acórdãos, sentenças, decisões e despachos, bem como a intimação de partes ou advogados. A exceção vai para as medidas consideradas urgentes e aos processos penais em que réus presos estejam envolvidos.

“Sem dúvida, o provimento atende ao pleito da OAB-SP, Aasp e Iasp, que buscaram assegurar um período de férias aos advogados, uma vez que juízes, promotores e serventuários da Justiça gozam de férias anuais”, disse o presidente reeleito da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D´Urso.

Apesar da Emenda Constitucional 45 ter vedado as férias coletivas nos juízos e tribunais, tramita no Senado um projeto de lei (PLC 6/2007), que prevê o feriado forense e a suspensão dos prazos.

A legislação brasileira assegura aos juízes 164 dias de folga, considerando férias, finais de semana, além dos feriados e suas emendas. Se o projeto virar lei, os dias de descanso sobem para 178. Com isso serão 187 dias trabalhados, 42 a menos que o Poder Executivo, por exemplo, que tem 30 dias de férias ao ano, goza dos mesmos feriados que o cidadão comum, além do descanso semanal remunerado de lei.

Calcula-se que dos 200 mil advogados inscritos na OAB-SP, 120 mil estão efetivamente na ativa. Destes, a maioria, cerca de 80 mil, atua em pequenos escritórios que precisam de um período de descanso pela impossibilidade de revezamento de seus integrantes.

Em 2005, mesmo ano em que começou a funcionar, o Conselho Nacional de Justiça aprovou a Resolução 8, permitindo o funcionamento da Justiça Estadual em esquema de plantão de 20 de dezembro a 6 de janeiro. Com informações da Assessoria de Imprensa da OAB-SP.

Fonte: Consultor Jurídico

(http://www.conjur.com.br/2009-nov-30/tj-sp-suspende-prazos-processuais-21-dezembro-janeiro)

Fonte:

Quase jogando a toalha

Retornei a trabalho no dia de hoje. Iniciei o dia reavaliando os processos da Meta II. Nenhuma surpresa. Estão atrasados, inicialmente, por culpa exclusiva da 23ª Promotoria de Justiça; depois, por culpa de alguns advogados.

Os dados acerca da omissão do Ministério Público e dos advogados serão levados ao conhecimento de quem de direito.

Tivesse o Ministério público devolvido, a tempo e hora, os processos que recebeu com vistas, muito provavelmente estariam todos julgados; o mesmo se diga acerca dos processos em poder de advogados.

Incontáveis foram os telefonemas disparados pela minha secretaria – às suas expensas, registre-se – objetivando a devolução dos processos, quase todos debalde.

Diante dessa situação, falta muito pouco para que jogue a toalha. Mas vou reagir.

Vou voltar ao tema, com dados estatíscos.

Na adversidade

SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Norma Harrison enfermeira da Marinha Norte Americana, de 24 anos, nascida em Mansfield, Ohio, foi enviada para Iwo Jima, durante a 2ª Guerra Mundial. A sua especialidade era tratar de ferimentos de combate dentro de aviões.

Norma Harrison relatou que, com a sua chegada ao campo de batalha, os soldados americanos ficram perplexos, eletrizados, com a presença de uma mulher.

Um dos soldados, diante do inusitado, indagou de norma se ela tinha batom. Sim, respondeu Norma, cogitando sobre o motivo da pergunta.

– Será que você poderia colocar um pouco, por favor? Gostaria de ver uma mulher passando batom, apelou.

Do episódio acima narrado fica, mais uma vez, a lição: somente diante de uma adversidade as pessoas aprendem a dar valor às coisas mais simples.

Fonte:A Conquista da Honra, de James Bradley, Ediouro, P. 247

Juízes reivindicam ao CNJ vale-refeição e auxílio-moradia

ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) apresentou ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) um “pedido de providências” por meio do qual quer estender à magistratura regalias a que têm direito procuradores do Ministério Público. A pauta de reivindicações inclui pagamento de auxílio-alimentação, direito de vender um terço dos 60 dias de férias anuais, aumento no valor das diárias, além de auxílio-moradia para o togado que atuar em local de difícil acesso.
Se a proposta for aprovada e os 16 mil juízes federais, estaduais, do trabalho e militares do país passarem a ganhar, por exemplo, o auxílio-alimentação de R$ 590 por mês, hoje pago aos 944 procuradores da República, haverá um aumento de R$ 9,4 milhões na folha mensal do Poder Judiciário.
O custo da eventual venda de férias seria ainda maior se todos os magistrados decidissem gozar do direito a vender sua cota anual de 20 dias de férias.
Tomando por base o salário de um juiz federal em início de carreira (R$ 22 mil), o impacto anual seria de R$ 234,66 milhões.
O argumento da Ajufe é que a Emenda 19 à Constituição teria tornado sem efeito o dispositivo da Loman (Lei Orgânica da Magistratura) que proíbe a concessão de vantagens pecuniárias não previstas até 1979, data da lei. A Lei Orgânica do Ministério Público, de 1993, proporcionou ganhos a que os togados não tiveram direito – e agora reclamam.
Diz o pedido da associação, assinado pelo advogado Luís Roberto Barroso (o mesmo do caso Cesare Battisti): “Relegar a magistratura a uma situação de inferioridade remuneratória em face de outras carreiras jurídicas públicas é minimizar a dignidade da judicatura e desprezar seu papel de destaque no sistema constitucional, como um dos três Poderes da República”.
“É uma situação de muita injustiça. Se o subsídio é o mesmo, as carreiras jurídicas não podem ter um regime de benefícios inferior”, diz o presidente da Ajufe, Fernando Matos.
A votação do processo começou em 13 de outubro. O relator, conselheiro José Araújo Costa Sá, oriundo do Ministério Público, é favorável aos argumentos e ao pedido, mas votou contra por entender que o meio utilizado para a conquista dos direitos não é o correto. A sessão foi suspensa, depois do voto favorável de Felipe Locke, também integrante do MP, devido ao pedido de vista de Marcelo Neves, representante da sociedade. Dos 15 conselheiros do CNJ, nove são magistrados.
Pelo menos três associações de juízes encaminharam ao CNJ moções de apoio ao pedido da Ajufe.
O presidente da entidade nega a possibilidade de uma votação corporativa, em benefício próprio. “O papel destes conselheiros é julgar os diversos pleitos que lhes chegam. Assumiram o compromisso da imparcialidade. Além disso, em regra, o CNJ julga questões que envolvem magistrados. Essa não é a única.”
Ao todo, a Ajufe apresentou oito reivindicações: auxílio-alimentação, auxílio-moradia para locais inóspitos, licença-prêmio em três situações (por período de cinco anos trabalhado, para representação classista e resolução de questões particulares), venda de férias, aumento do valor da diária e o reconhecimento dos direitos estabelecidos no Estatuto dos Servidores Públicos, que prevê parte desses benefícios. Não há data prevista para a retomada da votação.

Fonte: Folha de São Paulo

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc2911200906.htm


Segredos, só os de alcova

Nós, homens públicos, devemos ter uma postura que nos permita nunca estar sob qualquer ameaça de chantagem.

Segredos na vida de um homem, desde a minha compreensão, só os de alcova, posto que inevitáveis. No mais, no dia a dia, no trabalho, com os amigos, com os demais parentes, com os vizinhos e com quem mais seja, as coisas devem ser tratadas às claras, sem subterfúgios.

Estar nas mãos de alguém, sujeito a ser chantageado, é o que de pior pode acontecer na vida de um homem, máxime se esse homem exerce múnus públicos.

Na primorosa obra de de Eça de Queiroz (Primo Basílio), Luisa, aproveitando-se da ausência de seu dedicado esposo, que viajava a trabalho, terminou por iniciar um romance com Basílio. Todavia, pagou um preço elevadíssimo. Não só em face da traição, mas porque foi descoberta pela criada Juliana, que disso se aproveitou para extorqui-la e, no mesmo passo, infelicitá-la.

O segredo de Luisa, bem se pode ver, destruiu a sua vida e de sua família.

Você que gosta de uma traquinice , não esqueça de que, mais dia menos dia, as bandalhas podem deixar as quatro paredes, para se tranformarem numa tormenta, capaz de destruir a sua reputação , com reflexos danosos para sua própria família.

Não há mal que dure para sempre; não há bandalheira que um dia, ainda que seja após a morte, não chegue ao conhecimento público.

Cuidado, amigo!