O ano que finda

O ano está findando. No cômputo geral posso dizer que foi um ano bom. Apesar das perseguições, apesar das dificuldades para trabalhar, apesar das incompreensões, apesar da sobrecarga de trabalho, apesar de tudo, enfim, compreendo que foi, sim, um ano bom. Poderia ser melhor, claro. Mas me conformo com o que foi realizado. É pouco? É, sim. Poderíamos ter feito mais? Não sei.

As farras com o dinheiro público

Confesso que sempre que sou informado da destinação de mais verbas para os municípios sou tomado de muita raiva, de indignação, de revolta. É que, todos sabem, parte das verbas destinadas as prefeituras é, via de regra, desviada. Elas só têm servido mesmo para enriquecer meia dúzia de gatunos.

A verdade, pura e simples, é que os dilapidadores do dinheiro público nada temem. São viciados. São insensíveis. São descarados. São capazes de qualquer coisa para alcançar o dinheiro público. Felizmente, uma vez ou outra, para nos alentar, surge uma operação rapina. Nessa hora é que se vê como são descarados determinados homens públicos.

Sonho, almejo, com sofrequidão, com o dia em que essa rapinagem pelo menos arrefeça, pois é triste pagar tanto imposto e não ver o nosso dinheiro traduzido em benefício da sociedade.

É muito desigual viver numa sociedade de consumo com esses bandidos.

 

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Formação moral sedimentada

Eu não fui criado num mundo de trapaça. Meu pai era muito correto. Um dia ele estragou tudo, é verdade. Fez uma bandalheira inominável. Mas o que eu tinha de assimilar de positivo já estava sedimentado. A trapalhada que ele fez não teve repercussão na minha personalidade.

Minha mãe, a exemplo do meu pai, também sempre foi muito correta. Todas as pessoas que estavam – e estão – em minha volta eram – e são – corretas. Tinham – e tem – que ser corretas, pois em torno de nós não havia – e não há – espaço para traquinagem, para safadeza, para ignomínia.

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Preconceito, discriminação, intolerância…

 

 

O ser humano é discriminador e preconceituoso. As pessoas discriminam o semelhante em face da roupa veste, em face do peso que tem, em face da estatura que alcançou, em face do bairro onde mora, em face do carro que usa, em face do penteado que adota, em face da barba que muda o rosto, em face da opção sexual, em face da cor, em face do credo, em face da função que exerce, em face dos bares que freqüenta, em face das pessoas que o acompanham, em face da doença que carrega e,a até, em face da comida que lhes sacia a fome.

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Os alcaides e o boicote sexual

A história registra que as mulheres de Atenas se recusaram praticar sexo com seus maridos para que encerrassem a guerra com Esparta.

O então Deputado Márcio Moreira Alves, na manhã de 03 de setembro de 1968, subiu e à tribuna da Câmara dos Deputados para protestar contra a ocupação da Universidade de Brasília, da qual resultou espancamentos e prisões de estudantes. O deputado, na oportunidade, sugeriu às esposas dos militares que evitassem contato sexual com os seus maridos – como fizeram as mulheres de Atenas -, como forma de protesto pela ação militar na UNB.

Márcio Moreira Alves foi adiante, sugerindo, no mesmo passo, que as namoradas dos cadetes também se recusassem a manter qualquer relação com eles, pelas mesmas razões.

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Ligeiras reflexões sobre a prova testemunhal, em face de um pedido de liberdade provisória

Hoje, dia doze de dezembro, lancei um despacho nos autos do processo crime 21743/2007, em face de um pedido de liberdade provisória. Nesse despacho reflito sobre eventuais defeitos da prova testemunhal. Foram reflexões breves, sem maiores pretensões. Penso que, ainda assim, vale à pena refletir comigo.

Abaixo, pois, o despacho.

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Os novos dirigentes do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão

Foram eleitos os novos dirigentes do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Desejo, sinceramente, que façam uma boa administração. Quando me refiro a boa administração, quero dizer: que administrem voltados para os interesses dos jurisdicionados. Fazer boa administração significa não administrar em benefício dos apadrinhados e dos amigos do peito, mas em proveito da sociedade. Bem administrar significa, desde meu olhar, dar condições de trabalho aos juizes do primeiro grau, sempre relegados a segundo plano, como se fossem juízes de segunda categoria. Bem administrar é dotar os Fóruns – da capital e do interior – de condições mínimas de trabalho. Bem administrar é não deslembrar que os agentes públicos devem ter as suas ações voltadas para o interesse público.

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O preço que se paga por ser diferenciado.

Definitivamente, não é fácil viver numa corporação. A vida de qualquer profissional se torna ainda mais difícil numa corporação, se ele, por infelicidade, tiver um pouco mais de lucidez que seus pares – pares invejosos, registro. Se ele for do tipo diferenciado, ta ferrado! É do tipo que gosta de trabalhar? Então, tem que suportar a pressão. É do tipo que se esmera para fazer o melhor possível? Pois tem que pagar um preço alto por isso, afinal, é proibido, numa corporação, não ser medíocre, estar acima da média, ser voluntarioso, arrojado, destemido. Dedicação? Audiência pela manhã e pela tarde? Isso parece um pecado capital numa corporação.

 

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