É bom estar alegre; faz bem a alma o estado de alegria.
A alegria contamina, deixa o ambiente leve.
A pessoa alegre galvaniza as atenções; o mundo em torno dela é mais colorido.
Mas a alegria, sabemos, não é uma constante.
A alegria, muitas vezes, se manifesta como um espasmo.
Não se deve, por isso, deixar de afagá-la quando ela cai no colo da gente.
Como constata Rubem Alves, ninguém sabe produzir alegria. A alegria acontece, simplesmente.
Todavia, para que ela se manifeste, temos que preparar-lhe o ambiente, aconchegá-la nos braços, emprestar-lhe o colo, dar-lhe calor, dar-lhe as boas-vindas.
Nós podemos, sim, contribuir para estar alegres. Para esse fim, pode ser suficiente estar em paz com a vida, de bem com o universo.
Para estar em paz com a vida, no entanto, é preciso descomplicar, deixar a vida fluir sem interromper o curso dos acontecimentos, sem querer mais do que é possível, sem pretender ser mais realista que o rei.
Em quase permanente estado de alegria – e, por consequência, de felicidade – uma dúvida que sempre me afligiu é saber se é possível ser feliz quando se abriga no peito uma grande saudade.
É que a saudade, muitas vezes, dói. Se dói, então, em tese, seria inviável ser feliz quando se sente saudade.
Bem, mas o importante mesmo é a constatação de que a alegria dá brilho e sentido à vida.
A pessoa alegre e esfuziante, contamina, contagia as pessoas que estão em seu entorno.
Ao reverso, uma pessoa sorumbática, soturna, cara de poucos amigos, torna a relação complicada, sobretudo quando não há razão para se estar taciturna ou melancólica.
O importante para essas reflexões é a constatação definitiva de que a pessoa alegre deixa transparecer estar em paz com o universo, sente que a vida faz sentido (Rubem Alves).
Se é assim, então a minha vida tem sentido, afinal, estou bem, estou alegre, estou feliz.