Fautô edukssão

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Criatividade não falta aos manifestantes. Das frases que vi exibidas em cartazes nos últimos dias, quatro especialmente chamaram a minha atenção. Foram essas:

Desculpem o transtorno, estamos mudando o pais”,  “Se seu filho adoecer, leve-o ao estádio”, “Fechamos as ruas para abrir caminhos” e “Ia ixcrever augu legau, mais fautô edukssão”

 

Enxurrada e dinheiro

enxurrada01(pb)O povo sai às ruas e se manifesta contra a corrupção. Mas os corruptos, na sua fome voraz, não cansam de dar munição aos insurretos. Com efeito, a Controladoria Geral da União (CGU) aponta para novos desvios de verbas na região serrana do Rio de Janeiro. Segundo a Controladoria, uma rede de empresários e funcionários públicos desviaram pelo menos R$ 1,9 milhão do dinheiro destinado à recuperação de escolas em municípios atingidos pelas enxurradas de 2011, que levam consigo a vida de 900 pessoas.

Registro que essa não é a primeira notícia de desvio de dinheiro na Região Serra do Rio de Janeiro. Por causa de desvios,houve queda de prefeitos e secretários municipais.

Detalhe: para região foram repassados mais de 77 milhões de reais do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), muitos dos quais foram desviados.

E ainda há quem indague qual a razão da revolta do povo.

Diálogo entre os doutos

Ministros Luiz Fux e Gilmar Mendes - STF

Durante o julgamento do MS que tratava da constitucionalidade do projeto de lei que inibia a criação de novos partidos políticos, Gilmar Mendes e Luiz Fux travaram um diálogo próprio das pessoas que parecem não se querer bem. Assim é que, em dado momento do julgamento, Gilmar Mendes, na defesa de sua tese, afirmou que havia ignorância quanto a jurisprudência do STF sobre a questão. Fux não gostou e interpelou o colega:

-Ignorância de quem?

Ao que respondeu o ministro Gilmar, como veemência:

-Ah, Vossa Excelência não queira me interpelar.

Fux, de seu lado, não deixou barato:

-Não se trata de interpelar. Mas não vou admitir que Vossa Excelência diga que tenho agido com ignorância. Posso entender que a ignorância reside exatamente em um sistema de constitucionalidade como é o nosso, admitir através de mandado de segurança o controle de constitucionalidade material das leis. Então, repudio, se a mim se refere, esse adjetivo.

Que tal?

Dados preocupantes

Se tivesse que sintetizar, numa frase, o que motivou parte da população a ir às ruas eu diria simples e objetivamente: falta de crença nas instituições, sobretudo nos partidos políticos e, por consequência, nos próprios políticos. Mas vou adiante: diria que, em face dessa descrença, nem mesmo as igrejas escapam.

A verdade é que a paciência do povo esgotou. Ninguém suporta tanto descaso e tanta roubalheira. Acho, até, que o povo custou a ir às ruas. Eu mesmo, daqui desse espaço, disse, reiteradamente, que era preciso se indignar.

O Data Popular fez uma pesquisa com brasileiros de 18 a 30 anos. 33% deles disseram acreditar mais neles que no Estado para garantir um futuro melhor.

Indagados o que pode contribuir para que sua vida melhore, eles responderam que somente o seu esforço pessoal é capaz de mudar a sua vida; o governo aparece com apenas 2%.

Da pesquisa realizada pela Avaaz, maior comunidade de campanhas do Brasil,  apanho dados preocupantes: 75% não confiam nos parlamentares, 59% , no Judiciário e 35%, na Presidência.

Tem mais:69,6%  não simpatizam com nenhum partido, e 74,1% declararam que perderam a fé neles.

Para 69,1% dos entrevistados, o principal motivo pelo qual as pessoas foram às ruas, segundo a mesma pesquisa, foi o mau uso do dinheiro público; para 64,6%, a razão é a corrupção dos eleitos.

Um bom exemplo

Beatriz  Pêgo, de 17 anos, aluna do terceiro ano do ensino médio do Colégio pH, acertou todas as 60 questões da prova de qualificação da UERJ, sobre diferentes áreas de conhecimento. Foi recebida como heroína. Mas não aceita o rótulo. Como ele conseguiu isso: simples, segundo ela mesma:  tem uma rotina de estudos. Chega em casa, descansa meia hora, depois estuda as matérias que tem mais dificuldade até sentir que domina o tema.

Detalhe: às sextas-feiras, quando a maioria está excitada e pensando em rua, Beatriz fica no colégio até as 22h30.

Simples! Basta ter força de vontade!

Americanos especialistas em segurança visitam TJMA

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Guerreiro Júnior e juízes conversam com especialistas americanos sobre segurança na magistratura maranhense

Os especialistas em segurança norte-americanos Charles Saba, Richard Rippy e Shene McSheehy foram recebidos pelo presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), desembargador Antonio Guerreiro Júnior, e um grupo de juízes, nesta quinta-feira (20).

Os instrutores ministram curso sobre segurança pessoal e institucional para a magistratura nesta sexta-feira (21), no Fórum Des. Sarney Costa, em São Luís, das 9h ao meio-dia.

O curso, promovido pela Comissão de Segurança Institucional do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), é uma das ações do programa de política de segurança institucional desenvolvido pela atual gestão da Corte estadual, com recursos do Fundo Especial de Modernização e Aparelhamento do Poder Judiciário (Ferj).

Na reunião, o desembargador Guerreiro Júnior falou dos investimentos realizados pela sua administração na Justiça de 1º e 2º graus, notadamente na área de segurança, com a criação de comissão técnica para atendimento à demanda dos magistrados que se queixavam de problemas com ameaças de agressões, furtos e arrombamentos de fóruns nas comarcas e treinamento no exterior.

“O futuro da Justiça estadual está nas mãos dos juízes. Se eles estiverem bem preparados, terei cumprido o meu papel na história”, ressaltou o presidente, sobre os investimentos na capacitação de magistrados.

Charles Saba, comandante da “US Police Instructor Teams (USPIT)”, com 20 anos de experiência em treinamento policial e capacitação de profissionais na área da segurança, disse que os juízes podem esperar do curso uma mudança de percepção no meio ambiente onde eles atuam.

“Temos de inculcar na cabeça de cada juiz uma nova visão de mundo, mais perspicaz e afiada. O perigo ronda e o juiz está no topo da pirâmide. Então, todos que dependem de uma decisão da Justiça precisam saber que ele tem tranquilidade para julgar bem. E esse curso traz tranquilidade ao magistrado”, disse.

SWAT – Este ano, 38 magistrados e servidores do Judiciário maranhense já participaram de curso de segurança nos Estados Unidos, ministrado por Saba e equipe da ativa da SWAT – unidade da polícia norte-americana formada por policiais treinados para reduzir riscos em situações de emergência.

Após o treinamento, alguns juízes tomaram medidas de modo a reforçar a segurança pessoal e no local de trabalho. “A mudança da posição de testemunhas e presos na hora de prestar depoimentos no Júri; a fixação dos microfones na mesa de audiência; e instalação de travas em portas e janelas, além de mudança na forma de entrar e sair do carro foram algumas delas”, informou o juiz Mário Márcio (1ª Vara da comarca de Viana).

Celso Pinheiro Júnior, juiz da 1ª vara de Bacabal e um dos beneficiados pelo curso, disse que o treinamento serviu para que os juízes tivessem mais precaução em sua vida pessoal e profissional, porque não tinham conhecimento técnico a respeito do assunto. “Essa foi a grande lição que aprendemos”, declarou.

Para o diretor de Segurança Institucional do TJMA, Capitão Alexandre Magno, houve uma mudança de comportamento entre os juízes que participaram do treinamento: “Eles estão mais preocupados e mais cuidadosos com a segurança pessoal e familiar”.

Os juízes José Nilo Ribeiro Filho, auxiliar da presidência, e Paulo de Assis Ribeiro, coordenador do planejamento estratégico, também contribuíram com a discussão do tema, citando ações bem-sucedidas do Tribunal na área da segurança.

CNJ – Em maio passado, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou proposta de resolução que institui o Sistema Nacional de Segurança do Poder Judiciário (SINASPJ). As diretrizes, medidas, protocolos e rotinas de segurança devem ser seguidos por todos os tribunais brasileiros.

Helena Barbosa

Assessoria de Comunicação do TJMA

asscom@tjma.jus.br

(98) 3198.4370

O que eles disseram

gilberto-gil-2Eu gosto muito das sacadas de Gilberto Gil, para mim um dos gênios da MPB.

O cantor – e sobretudo compositor -, a propósito das manifestações públicas, ponderou:

Mas, num segundo momento, eu me sinto aliviado por ver esta insurgência popular. Me dá a indicação de que a transformação, o ‘Tempo Rei’ continua rei. Tudo transformando, transcorrendo, as coisas mudando, novas interrogações, novas questões, novas dificuldades analíticas. Eu estava vendo os protestos na TV ontem (terça-feira) e pensando: o que é isso? Essa manifestação junta rave com o arrastão. São as duas coisas ao mesmo tempo. É a rave-arrastão. Pronto, é um verso, uma condensado poético. As novas palavras de ordem juntam ao mesmo tempo a oração e a praga. (Fonte: Mariana Filgueiras, o Globo)