Zé Luiz só fica se houver justiça
José Luiz Almeida tomou posse na manhã desta segunda-feira no cargo de desembargador do Tribunal de Justiça do Maranhão com um discurso forte e seguro, que infelizmente não pude ouvir, mas cuja íntegra ele haverá de divulgar no seu blogue. Nele, chegou a declarar que só ficará no cargo enquanto achar que pode ser útil à justiça e ao interesse público.
Polêmico, ele chega ao desembargo por antiguidade, na vaga aberta pela aposentadoria de Mário Lima Reis. Anos atrás, quando tentou pela terceira vez a ascenção por merecimento, foi suplantado por Nelma Sarney, casada com um meio irmão do ex-presidente José Sarney, que concorria pela segunda vez.
No seu blogue, em entrevistas e noutras manifestações, Zé Luiz destaca-se como um dos campões na luta contra a inoperância, o facciosismo e a corrupção no Judiciário. Seu discurso de posse o confirma.
Lutar e servir
O que se segue é extraído do noticiário distribuído pela Assessoria de Comunicação do TJ.
O novo desembargador avisou que sua permanência na corte dependerá do que for possível realizar. Ou seja, ele admite até renunciar se e quando se sentir tolhido no seu desejo de oferecer justiça à comunidade.
Para ficar mais à vontade, desde logo abdicou do direito de disputar qualquer cargo de direção ? presidente, vice-presidente ou corregedor-geral: “O exercício da judicatura, agora em segunda instância, tem para mim um único objetivo, qual seja o de continuar servindo à comunidade, como afinal deve ser, de resto, o objetivo de todos os homens públicos”, acentuou.
Declarou que chega “para somar”, mas deixando claro que não cederá ao corporativismo malsão, preferindo, em vez disso, lutar pela regeneração do Judiciário: “Temos que agir, temos que reagir, que enfrentar as nossas conhecidas mazelas, que enfrentar a inércia, que reconhecer os nossos erros, que expurgar nossos pecados, que expungir dos nossos quadros os que comprometem a imagem da instituição”.
Compromisso
No blogue de José Luiz há um compromisso ainda mais enfático. Ali ele promete, referindo-se às manifestações de apreço e confiança que tem recebido:
“Não vou decepcioná-las. Não posso decepcioná-las. Não vou usar o poder para vantagens indevidas. Não vou usar o poder para servir aos amigos. Vou tentar fazer tudo que tenho dito nos diversos artigos e crônicas que tenho escrito. Sei que se não houver compromisso e empenho da maioria dos membros do Tribunal de Justiça, quase nada vou poder concretizar. Todavia, ainda assim, vou tentar. E vou prestar contas neste blog. É compromisso assumido.”