Tenho dito, repetindo o professar Watanabe, que cognição é, essencialmente, um ato de inteligência.
E por que fiz essa afirmação?
Porque entendo que , além dos problemas de ambiguidade da linguagem jurídica, há temas que, em face de sua relevância, exigem de nós intensa ação intelectual, como ocorre com os chamados hard cases.
O que é lamentável é quando o debate decorre de mera vaidade, do prazer de discordar, como, infelizmente, ocorre em todas as Cortes de Justiça, sem exceção conhecida.
A verdade é que nas Cortes de Justiça, onde a vaidade dos seus membros é proverbial, em todas elas, sem exceção, há muitas divergências em face de questões aparentemente simples. E olhe que não estou a refletir sobre desacordos morais como os que envolvem, por exemplo, aborto e eutanásia.
Isso é bom ou ruim?
Para mim, se os argumentos são relevantes, todo debate é profícuo.
Então, vamos debater. Mas com equilíbrio e respeitando as divergências.
É por isso que, de certa forma, estou apreensivo com o que me espera quarta-feira, em face do voto que vou apresentar.
Mas vamos aguardar. De repente, quem sabe, os meus argumentos serão até bem recebidos.