Revisitando o passado

O Ministro Adauto Lúcio Cardoso*,  do STF,  julgou, em 1971, inconstitucional a lei da censura prévia, editada pelo Governo Médici. Vencido  manifestou sua indignação diante daquela decisão,  despindo-se  da toga e abandonando  acintosamente o recinto, para, depois, decepcionado, se aposentar.

Despiciendo dizer que, diante do inusitado,  os jornais deram grande cobertura ao ocorrido, inédito na vida do STF.

Evandro Lins e Silva comenta que o gesto de Adauto foi teatral, mas diz que tal reação depende do temperamento de cada um.

*Mineiro de Curvelo, Adauto Lúcio Cardoso nasceu em 24 de dezembro de 1904. Formado pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, especializou-se em Direito Marítimo. Foi consultor jurídico do Lóide Brasileiro, promotor adjunto do Distrito Federal, diretor da Carteira de Seguros do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM), consultor jurídico do Ministério da Viação. Opositor ferrenho do Estado Novo, foi um dos fundadores, em 1944, do Movimento de Resistência Democrática. Foi deputado federal em três mandatos consecutivos (1955-1960 e 1960-1967), assumindo, nesse último período parlamentar, a presidência da Câmara dos Deputados. Foi ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Morreu no Rio, em 20 de julho de 1974.

Autor: Jose Luiz Oliveira de Almeida

José Luiz Oliveira de Almeida é membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi promotor de justiça, advogado, professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

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