Atmosfera pesada

Dos viventes na terra o único que faz o mal  ao semelhante, consciente de que está fazendo o mal,  é o homem, daí que todos, de certa forma,  tememos o congênere.

Tenho pregado que o único lugar que se encontra paz – ou, pelo menos, dever-se-ia encontrar –  é no recinto do lar. Se, na própria casa, não se tem paz, aí, meu amigo, não há mais para onde apelar.

Tenho procurado, tenho pregado, tenho agido, sim, sempre em busca de paz;  mas não somente em casa, como também no meu local de trabalho. Confesso, inobstante, que, no ambiente de trabalho, fora dos limites  do meu gabinete, tenho sempre a sensação de que há uma bomba prestes a expoldir.

Não sei, sinceramente, se os meus colegas têm essa mesma sensação, que, para mim, é algo muito presente, a me atormentar. Quando se aproxima o dia das sessões, sobretudo do Pleno, aí mesmo é  que essa atmosfera negativa – que deve ser somente impressão minha, espero –  toma conta de mim. Talvez seja por isso que eu pense tanto em aposentadoria.

Autor: Jose Luiz Oliveira de Almeida

José Luiz Oliveira de Almeida é membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi promotor de justiça, advogado, professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

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