É flagrante o divórcio entre o Estado e a sociedade, entre representantes e representados, entre o discurso e o vivenciado, entre o que deseja o povo e o que deseja a nossa elite dirigente. Tudo isso restou, agora, mais do que evidenciado, porque o povo, diferente do que pensam os ufanistas e demagógicos, não está anestesiado e não desconhece a nossa triste realidade. A sociedade acordou e disse não aos políticos, aos partidos, à CUT, ao MST, à UNE , aos serviços públicos, à impunidade, ao descaso, ao enriquecimento ilícito.
É triste dizer, mas perdemos a fé. A esperança que acalantava os nossos sonhos, agora parece pesadelo. Tudo se esvai. Tudo é descrédito e descrença. A cada notícia dando conta da conduta deletéria de nossos homens públicos, somos tomados de desesperança. Por isso o povo reage, sai às ruas, protesta, grita bem alto, para que todos ouçam as nossas angústias, as nossas dificuldades.
Mas que fique claro que o Estado, tantas vezes omisso, não deve se omitir quando tiver que reagir em face da ação dos vândalos, que se valem da ocasião para depredação da coisa pública e da propriedade particular.
Vamos protestar, mas não podemos agir como agem os bandidos incrustados no poder, para que a eles não nos assemelhemos.