Os jornais o Globo e Folha de São Paulo de hoje noticiam que Joaquim Barbosa recebeu R$ 580 mil em benefícios atrasados: auxílio-moradia e conversão em dinheiro de 11 meses de licença-prêmio.
Até aí nada de ilegal. O bicho pega é no aspecto moral, tendo em vista que Joaquim Barbosa tem sido crítico assaz rigoroso com os gastos do Poder Judiciário com esse tipo de pagamento.
No mês passado, o CNJ autorizou o pagamento de cerca de R$ 100 milhões a oito tribunais de Justiça nos Estados relativos a auxílio-alimentação. Barbosa, sabe-se, foi contrário, e sua posição ganhou amplo destaque na imprensa.
Leia matéria completa nos Jornais Folha de São Paulo e o Globo.
Estou receando que a imprensa comece a massificar notícias temerárias acerca da conduta do Ministro Joaquim Barbosa. O que é podre efetivamente se transforma em escorreito quando da conversão do que é bom naquilo que se rechaça, que se condena. Ainda que o telhado do Ministro seja de vidro e não sabemos até que ponto é, suas palavras não perderam a validade e se tiverem de servir de reprovabilidade de sua própria conduta, que assim o seja. Não percamos o foco. O povo deve homenagear condutas ilibadas no contexto político, jurídico, administrativo, sem efetivamente santificar aquele que é fiel observador das suas obrigações. Sabe, meu caro Julgador, a meu sentir, aquele investido de poder devemos dele cobrar o comportamento esperado, sabendo que se o fizer, está apenas e tão somente cumprindo com o ônus do poder que lhe foi outorgado. Bom dia, Desembargador e demais leitores.