Brevíssimas

Há coisas que, ao que parece, só acontecem no Brasil. Exemplo: essa balela de financiamento público de campanha. Ora, convenhamos, no Brasil as campanhas sempre foram financiadas com o dinheiro público. Verdade que as doações aparentemente saem dos caixas das empresas privadas. Todavia, acho que ninguém haverá de questionar, essas doações  (aqui incluídas as dos caixas dois) são, digamos, “reembolsadas” em dobro, no triplo ou quádruplo, com o dinheiro do imposto que todos pagamos.  Ou será que algum imagina que os doadores agem por amor aos candidatos ou ao Brasil?

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A vida me ensinou a confiar em poucos. Em políticos, por exemplo, posso relacionar na palma de uma das mãos aqueles nos quais confio. É que, pelo exemplo (digo: mau exemplo) eles nos advertem que não podemos confiar neles. Quando eles falam, por exemplo, em extinção de ministérios, fico sempre com a sensação que se trata de uma forma de pressão para auferir vantagens.  Quando eles acenam com uma medida popular, fico sempre a imaginar que se trata de demagogia. Até mesmo em religiosos a gente desconfia, sobretudo os que fazem da pregação uma maneira de lucrar com a fé dos incautos. Mas é engraçado como eu acredito quando o atual Papa se despe de pompas e quando diz que quer a proximidade com o povo.

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Nos precisamos da Polícia – de segurança e judiciária. De polícia de segurança nunca precisamos tanto. Apesar de alguns maus exemplos, ainda assim não nos ocorre dispensar a proteção policial. Mas quando se noticia que policiais se valeram da farda para extorquir , torturar e, até, estuprar, ficamos com a sensação de que estamos todos numa encruzilhada; para usar um ditado popular, no mato sem cachorro. No assunto: a Corregedoria da Policia Militar de São Paulo indiciou 13 policiais da ROTA (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), por agressão, tortura e abuso sexual de seis pessoas durante uma reintegração de posse da área conhecida como Pinheirinho, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, interior paulista, em 22 de janeiro de 2012.

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Os gastos com passagens áreas feitos pelos ministros do TCU são uma assombração. em 2012 foram gastos R$ 350.000,00 . O custo das diárias subiu de R$ 199 mil para R$283,5 mil.  Em setembro de 2012, o ministro Walton Alencar gastou R$ 26,5 mil em passagens aéreas e recebeu R$15,2 mil só em diárias. O grave é que ninguém sabe para onde foram os ínclitos ministros.

Autor: Jose Luiz Oliveira de Almeida

José Luiz Oliveira de Almeida é membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi promotor de justiça, advogado, professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

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