Acho que, definitivamente, não sou mais o mesmo homem. Nada a ver com os meus sessenta anos.
Mas é estranho que, depois de 27 anos dedicados à magistratura, não me sinto entusiasmado a voltar ao trabalho, depois de 15 dias de férias.
O mais grave é que, quando penso que poderia não mais voltar, fico feliz, muito feliz, feliz além da conta.
Mau sinal!
O que isso quer dizer?
Cada um que tire as suas conclusões. As minhas eu já capturei.
Ainda bem que não tenho idade para me aposentar, porque, se fosse o caso, eu correria sério risco de não mais voltar, pelo simples prazer de não ter que voltar.
Enquanto uns se embriagam com o poder, eu não vejo a hora de dele me ver livre.
Eu sou assim mesmo! Por isso, muitos são os que não me compreendem.