O Brasil é um país de um povo maravilhoso. O que há de melhor no Brasil é sua gente. Todos proclamam isso com muita razão.
Infelizmente, o mesmo não se pode dizer de nossa classe dirigente – claro que respeitadas as exceções.
Vejo no jornal o Globo, de hoje, que o FUNDEB distribuiu para estados e municípios mais de R$ 100 bilhões de reais. Na mesma matéria vejo, ademais, que em 180 municípios fiscalizados pela Controladoria Geral da União (CGU), há direcionamento e simulação de processos licitatórios em 73,7% deles. Em 69,3% dos municípios foram detectados gastos incompatíveis com o objetivo do FUNDEB. Em 25% deles havia contratos irregulares.
E cediço que essa prática é comum, nos mesmos percentuais, em todos os municípios brasileiros, razão pela qual, pode-se concluir, a educação está nos níveis que testemunhamos.
É esse tipo de conduta de quem nos representa e dirige que introjeta em nós um sentimento de que as coisas no Brasil, apesar da sua gente, tendem a não dar certo.
O grave é que, apesar dessa constatação, feita por um órgão oficial e não por uma facção política de oposição, tudo ficará como dantes. Ou seja, os recursos continuarão a ser envidados, por imperativo legal, e continuarão a ser desviados, por falta de compromisso moral.
Enquanto isso os estudantes, vítimas desse sistema perverso, vão às escolas em caminhões tipo pau de arara, como de fosse animais.