O meu artigo do próximo domingo, no jornal Pequeno, tratará de intolerância. Mas um artigo nunca é capaz de esgotar as reflexões de um articulista. Serve, todavia, para instigar, provocar etc. Ao leitor cabe continuar refletindo sobre os temas que são propostos.
Nessa linha de pensar e a propósito, ainda, de intolerância, vou expor alguns dados que traduzem, sem exaustão, a que ponto nós chegamos na nossa convivência com os digamos, “diferentes” de nós, ou seja, dos que pensam e agem diferente de nós outros.
Pois bem. O Brasil registrou, em 2013, o assassinato de 312 gays, travestis e lésbicas, o que significa a média de uma morte a cada 28 horas. Esse número, apesar de absurdo, sob todos os aspectos, ainda é menor que os 388 assassinatos que ocorreram em 2012.
Ainda recentemente, li que os gays que transitam pela Rua Augusta, em São Paulo, tentam, de todas as formas, parecerem, digamos, “normais”, com receio de serem alvo da ação dos intolerantes.
E assim vamos. E assim a humanidade vai caminhando, sem que se saiba aonde vamos parar com tanta intolerância.
Caminhamos, celeremente, na direção da barbárie. Hoje são os gays, ontem foram os mendigos, anteontem foram os índios as vítimas da intolerância. Amanhã, quem sabe!, os intolerantes podem decidir que é chegada a hora de “livrar” a sociedade dos idosos ou dos deficientes físicos, por exemplo.
Diante dessa perspectiva, resta indagar: aonde vamos parar?