Com a palavra o sensato João Bruno

O leitor João Bruno fez o seguinte comentário, que merece ser destacado:

“Eu gostaria de fazer um comentário acerca do que foi escrito pelo colega.
A necessidade de concurso público, como condição prévia, é relevante neste caso.
O tribunal de justiça, como na maioria dos orgãos públicos, privilegia a nomeaçao de pessoas sem que estas façam parte da administraçao pública e essa prática deve ser abolida, ou, ao menos, minimizada.
Os cargos de maiores salários no TJ-MA são os de assessores de desembargador, que ganham mais de 11 mil reais mensais.
O cargo concursado que é bem mais remunerado, o de analista judiciário ganha pouco mais de 5 mil reais.
Uma grande desproporção.
Seletivos como este, em que se busca o melhor entre os concursados, merece ser destacado.
Primeiro pq demonstra que o desembargador está buscando preencher sua assessoria com pessoas fora do seu círculo de amizade e familiar e segundo pq privilegia aqueles que se esforçaram para passar em concurso público, estimulando que estes não se acomodem em suas funções.
Ademais, o CNJ exige que os cargos em comissão sejam preenchidos por 50%, no mínimo, de servidores efetivos.
E, sabe-se, o nosso tribunal nao está nem perto disso, em especial nos gabinetes de desembargadores que são visto como inacessíveis a maioria dos concursados.
Querer desmerecer a limitação do certame a efetivos, é querer desvirtuar o propósito.
Não é pq tal pessoa conseguiu fazer uma boa prova que ela deve ter sua inscriçao deferida a posteriori.
Eu gostaria que a maioria dos desembargadores, diretores de foruns e até msm juízes, adotassem a prática do desembargador José Luiz Almeida, de fazer seletivos privilegiando servidores públicos, pois tal medida, a meu ver, contribui para a moralização do serviço público”

Digo eu:

Estimado Bruno, os três outros assessores jurídicos da minha equipe são concursados do TJ, os três extremamente qualificados. Um deles  se submeteu a teste. As duas servidoras que compõem a minha equipe, trabalhavam comigo na 7ª Vara Criminal, e já tinham sido, por isso, avaliadas.

Autor: Jose Luiz Oliveira de Almeida

José Luiz Oliveira de Almeida é membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi promotor de justiça, advogado, professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Um comentário em “Com a palavra o sensato João Bruno”

  1. Concordo plenamente com o comentário de João Bruno. Trabalho em um Tribunal Federal e a cada nova gestão, todo o quadro de funcionário é alterado. Os servidores concursados se sentem despretigiados, pois as maiores funções são ocupadas por pessoas sem nenhum vínculo com a instituição e, na maioria das vezes, sem qualquer comprometimento com a sua melhoria contínua. Assim, o mal estar se instala todos os anos, pois os servidores concursados terminam trabalhando mais para fazer o trabalho daqueles que recebem para isso, e nada fazem.

    A atitude do desembargador José Luiz Almeida é louvável. Todos os outros juízes e desembargadores deveriam seguir o seu exemplo, até porque selecionando os seus assessores todos os princípios da Administração Pública restam obedecidos.

    Parabéns, desembargador, o senhor é um exemplo a ser seguido!

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