Enfim…

Tenho vociferado neste espaço em face da má conduta de muitos dos nossos homens públicos, que não perdem a oportunidade de, estando no poder, dele tirar vantagens de ordem pessoal, muitas vezes escancaradamente, confiantes na impunidade.

Lembro que, numa nas minhas manifestações, ou melhor, em incontáveis manifestações, tenho mostrado a minha indignação com o estado de letargia que parece ter tomado conta de muitos de nós, que, passivamente, assistimos, sem nenhuma manifestação, o desvio de verbas públicas, dentre elas as destinadas à saúde e educação.

Agora, vejo nas revistas semanais,  alguns poucos resolveram sair da inércia, para mostrar, publicamente, a sua indignação, como a que ocorreu em Brasília.

É verdade que as manifestações ainda foram diminutas, com a participação de poucos.

Todavia, já é um alento saber que começamos a sair da inércia.

É necessário mesmo protestar, gritar, arregimentar, dizer bem alto que não se aceita mais tanta bandalheira com o dinheiro público.

Corrupção, todos sabemos, há em todas as nações.

No Brasil, no entanto, ela é muito mais revoltante porque os corruptos permanecem impunes.

Quando me refiro a corruptos não absolvo os que, sob a toga, também enriquecem, negociando as suas decisões.

Que bom que, enfim, parece que o povo começa e se organizar para protestar!

Que assim seja!

Mas que se faça de forma ordeira e pacífica, sem permitir que políticos espertalhões e oportunistas tirem proveito da situação.

Autor: Jose Luiz Oliveira de Almeida

José Luiz Oliveira de Almeida é membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi promotor de justiça, advogado, professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Um comentário em “Enfim…”

  1. Realmente foi uma manifestação proveitosa. Soube que houveram propostas de parlamentares no sentido de financiar o protesto? O que foi prontamente rejeitado pela organização do evento. Até porque a idéia é de que seja um ato imparcial, em prol apenas da sociedade. Mas ainda é muito pouco, e porque sabemos disso, as organizadoras do propesto já marcaram uma data para o próximo. Será dia 12 de outubro, a partir das 10h, em frente ao Museu Nacional de Brasília.

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