Espírito pacificado

Olho para dentro de mim mesmo e vejo o meu espírito  pacificado. Difícil, nos dias atuais, poder  admitir isso. Mas tenho convicção que posso fazer essa afirmação. Eu vivo, sim, em paz comigo mesmo e com as pessoas das quais dependo para viver.

Olho em volta e vejo paz e concórdia, absoluta harmonia e benquerença;  não vejo inimigos ou desafetos a merecerem de mim alguma atenção. Se eles existem – e  devem existir,  sim – não faço conta de sua existência.

E por que entendo estar com o espírito  pacificado?

Porque julgo que  tenho acertado mais que errado, que tenho sido mais sincero do que insincero,  que tenho construído mais que destruído, que  tenho cuidado  bem das pessoas que amo, e, mais importante, não tenho apego a  bens materiais, que,  afinal, são  o grande  vetor de discórdia  da humanidade, donde dimanam as  mazelas do mundo, razão de  todos os conflitos.

Diante desse quadro só posso concluir que meu espírito está  mesmo pacificado.

Mas não 100% pacificado. É que ainda tenha a tola mania de antecipar, por exemplo, a dor de uma saudade e de  me envolver emocionalmente com o sofrimento de pessoas que conheço  muito pouco – ou que, muitas vezes, nem sequer conheço.  Nesse sentido, os veículos de informação têm sido um parceiro e tanto. As notícias veiculadas  e que envolvam o sofrimento de um semelhante quase sempre mexem com a minha emoção. Eu tento, tento e tento mas não consigo ficar indiferente ao sofrimento do semelhante, sobretudo quando esse sofrimento decorre da omissão do poder público.

Eu sou assim!

Fazer o quê?

Autor: Jose Luiz Oliveira de Almeida

José Luiz Oliveira de Almeida é membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi promotor de justiça, advogado, professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Um comentário em “Espírito pacificado”

  1. Prezado Sr. José Luiz,
    Estava eu com o espírito abalado, pois às vezes nos deixamos abalar pelas coisas da vida, coisas que muitas vezes nem merecem atenção. Enfim, ao ler seu post me sentir confortada, pois me passa a mensagem de que somos humanos e como humanos não podemos dar conta de tudo, não devemos nos cobrar demais, muito menos nos acomodar. Portanto, a verdade é, que quando fazemos a diferença, e tentamos fazer nossa parte, mesmo que seja uma parte e não um todo, já é alguma coisa. Assim, percebo que também tenho motivos para ter o espírito pacificado e continuar a caminhada.
    Parabéns pelo blog!
    Deus o abençoe!
    Lu.

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