Interessante como os seres humanos diferem uns dos outros. Por isso é sempre muito complicado tentar entender as pessoas. Há pessoas, por exemplo, cujo poder exerce um enorme fascínio; há outras que encaram o poder com muita naturalidade, sem viver uma obsessão.
A vaidade, que uns têm na medida certa, em outros excede. Exemplo. Não tolero o carro preto e só não o abandonei de todo para não criar um problema institucional. Para mim o carro sempre representou mais problemas que solução. Por isso quase não o utilizo.
Mas há pessoas que não resistem a um carro preto, e vão até o limite do bizarro em face dessa vaidade. Vejam o caso da procuradora federal Helenite Acioli. Chefiando o Ministério Público por um mandato-tampão de três semanas, além de não abrir mão do carro preto, ainda mandou fazer uma placa que diz agora “Procuradora Geral da República”.
Haja vaidade!
Contextualizando na História da Matemática o pensamento de Vossa Excelência, vejamos só o caso de HIPÁCIA DE ALEXANDRIA:
Entre o quarto e quinto séculos da era Cristã viveu na cidade egipcia de Alexandria uma mulher extraordinária.Chamava-se Hipácia.Era filha do sábio Theon, autor de várias obras científicas e professor de matemática e astronomia na Escola de Alexandria.Grega por descendência e formação, matemática, cientista (inventou o densímetro, o astrolábio e o planisfério), filósofa e astrônoma, era professora de filosofia e ciências exatas no Museu de Alexandria, inclusive de alguns membros do clero cristão, como era o caso do monge Sinesio de Cirene, filósofo neoplatônico, mais tarde bispo da cidade de Ptolemais (Líbia), que a chamava de mãe, irmã e amiga.
Bonita, elegante, sábia e inteligente, bem relacionada na comunidade científica, com a sociedade e as autoridades, era muito benquista e admirada por suas qualidades de raciocínio e sua grandeza moral e intelectual. Foi considerada a maior autoridade viva do seu tempo em ciências físicas e matemáticas e a mulher que teoricamente mais contribuiu com tais conhecimentos para a posteridade.
Por todas essas razões, por ensinar a filosofia platônica e afirmar que o universo era governado por leis matemáticas, atraiu a inveja, o ódio e a perseguição do bispo Cirilo, patriarca de Alexandria, que um dia, no mês de março do ano de 415, a mandou seqüestrar e ordenou que fosse arrastada pelas ruas da cidade, torturada, morta a pedradas, esquartejada e queimada no interior de um templo, ordem que foi fielmente cumprida por Pedro, o Leitor, e seus fanáticos seguidores, sob a supervisão do próprio Cirilo.Mais tarde, através de um mandado de busca, os tratados científicos e manuscritos de Hipácia foram confiscados e queimados por ordem do referido bispo, a fim de que sua obra não fosse jamais divulgada.
Esse bárbaro e criminoso ato e o posterior incêndio da biblioteca de Alexandria não impediram que parte do acervo literário de Hipácia, brutalmente assassinada aos 45 anos de idade, sobrevivesse ao tempo.E hoje podemos encontrar, em diversas fontes de pesquisa, o relato desse terrível acontecimento, fruto da odiosidade e do obscurantismo já existente no início da Idade Média, assim como muitos vestígios do trabalho intelectual, moral e científico de Hipácia, recolhidos por pesquisadores e estudiosos.
Quanto ao mandante do seu assassinato, hoje denominado “Santo ou São Cirilo (370 a 444)”, morreu de morte natural aos 74 anos, que era uma idade longeva para época, foi “canonizado” e nomeado, pelo Papa Leão XIII, treze séculos mais tarde, doutor da igreja.
Agora em setembro deverá estar sendo lançado mundialmente um filme sobre a vida de Hipácia de Alexandria, pelo cineasta chileno, radicado em Madrid, Alejandro Amenabar.
Capturado do site NETSABER ARTIGOS (Luciano Machado)
Dr. tem algum outro site que também noticiou essa matéria?