No Brasil é assim; sempre foi e sempre será: quando se quer, cobrem-se de virtudes quem não as tem, ou se negam essas mesmas virtudes a quem as tem de sobra.
Minas, São Paulo e Rio Grande do Sul, quando se decidiram pela eleição de Epitácio Pessoa, alardearam que tinha tido esplendoroso desempenho em Versalhes (Conferência de Paz , em Paris, na qual foi assinado o famoso Tratado de Versalhes, após a primeira guerra mundial).
Como era do interesse dos representantes desses estados de vender uma imagem positiva de Epitácio Pessoa, ninguém fez menção que, na delegação chefiada por ele, para a conferência de paz, seguiram, além de juristas e representantes oficias do país, seus familiares, assessores, convidados, em tal número que o navio que zarpou do Rio de Janeiro, no dia 02 de janeiro de 1919, partiu quase lotado, às custas do Estado.
Em face dos interesses pessoais das lideranças desses estados, preferiu-se omitir esse e outros deslizes de Epitácio Pessoa, que, ele mesmo, se surpreendeu com a sua eleição. Só que, Epitácio Pessoa, ao assumir o governo, mostrou-se mais autoritário do que se supunha, surpreendendo(?) os seus próprios aliados.
A vida é assim. Se o desafeto não tem defeito, dá-se um jeito de arrumar um ou uns; se se trata de um igual ou se for conveniente, omitem-se os seus defeitos, para só trazê-los à luz se for necessário.
Esse tipo de conduta se vê muito no mundo da política. Mas nas corporações não é diferente. Se desejas ser simpático – e, até, amado -, pois então que seja, ou deixe parecer, ser medíocre; se pretendes ser desprezado ou visto com reserva, ouse deixar transparecer que tens alguma lucidez.
É isso.