O desmentido que não ocorreu

Lendo o blogue de Walter Rodrigues, depois que retornei de viagem, constatei a seguinte notícia:

  

“…José Luiz Almeida, juiz da 7a vara criminal de São Luís, oficiou à Corregedoria da Justiça desmentindo que tenha atacado o TJ ou mencionado Sarney, Roseana e a juíza Nelma Sarney numa entrevista publicado no Jornal Pequeno. O ofício do juiz saiu no Veja Agora. O JP não quis publicá-lo. Atenção: Almeida não tocou na carta que mandou a este blogue e que aqui foi publicada na íntegra…”

Walter Rodrigues, mais uma vez, está certo. Em nenhum momento desmenti o teor da carta que lhe enviei – e ao Jornal Pequeno e à Carta Capital – , a propósito da entrevista de José Sarney, já amplamente discutida.

Registro que o desmentido que fiz – e que foi publicado por VEJAAGORA -, se refere apenas à entrevista concedida ao Jornal Pequeno, pois que, nela, releva dizer, não fiz menção à promoção de Nelma Costa, muito menos fiz menção aos nomes de José Sarney e Roseana Sarney.

Aliás, neste blogue a mencionada entrevista está publicada no seu inteiro teor mais adiante, donde se pode constatar que não retrocedi nas acusações que fiz.

Para que não subsistam dúvidas, leia-se, com proveito, o inteiro teor da carta enviada ao presidente do Tribunal de Justiça, a propósito da entrevista em comento:

“Senhor presidente,

Durante a semana concedi uma entrevista a um repórter do JORNAL PEQUENO, em cuja entrevista falamos, em tese, sobre vários assuntos, dentre os quais a influência externo nas decisões dos Tribunais. Dei exemplos de várias decisões, em vários Tribunais, onde os fatores externos influenciaram as decisões.
A entrevista, senhor presidente, tratou, exclusivamente, das formas de promoção e ficou condicionada a sua publicação a que, antes, eu olhasse o teor da mesma, pois impus como condição que não fosse agredida a instituição e muito menos qualquer pessoa individualmente.
Vejo, agora, na mencionada entrevista, que o repórter utilizou determinados conceitos fora do contexto e os colocou no texto que produziu, com o que, em parte, adulterou o meu pensamento.
Em nenhum momento pretendi vilipendiar a instituição a que pertenço. Limitei-me a lamentar, dentre outras coisas, o fato de ter sido alijado da terceira lista, por influência externa. Na entrevista não mencionei, em nenhum momento, os nomes de José Sarney, Roseana Sarney e Nelma Costa.
Senhor presidente, temendo que as minhas palavras fossem distorcidas, cuidei de dar a entrevista por escrito e do texto da mesma Vossa Excelência verá que não agredi a instituição e nem fiz menção à promoção da Desembargadora Nelma Costa.
A entrevista é contundente, mas se limita, na essência, a condenar o critério subjetivo para promoção por merecimento.
Encaminho a Vossa Excelência o teor da entrevista concedido na qual se vê que não ataquei pessoas e à instituição Poder Judiciário.
Cordialmente,

José Luiz Oliveira de Almeida
Juiz da 7ª Vara Criminal

Tenho muitos defeitos, mas não sou nem canalha e nem covarde.

 

Autor: Jose Luiz Oliveira de Almeida

José Luiz Oliveira de Almeida é membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi promotor de justiça, advogado, professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.