Há muita incompreensão em face das nossas decisões.
Muitos são os que, mesmo desconhecendo as nossas razões, nos criticam em face dessa ou daquela decisão.
Tenho ouvido, sobretudo nas rádios AM, críticas acerbas a todos nós, em face de decisões que tomamos, sem que os críticos se deem ao trabalho de pelo menos nos indagar acerca das razões de decidir
Mas é assim mesmo!
É natural que os leigos e desinformados nos critiquem pelas posições que adotamos.
Esses temos que perdoar e compreender, pois muitos não sabem do que falam.
Nesse sentido, refirmo, na esteira do pensamento de Luis Roberto Barroso: os juízes não podem ser populistas, e, em certos casos, terão de atuar de modo contramajoritário.
Digo mais, com o mesmo autor, em resposta ao que nos querem santos, aos que nos cobram a perfeição que não temos: os juízes não são seres sem memória e sem desejos, libertos do próprio inconsciente e de qualquer ideologia. Por isso, a sua subjetividade há de interferir com os juízos de valor que formula.
Retoma as reflexões para dizer que 0 duro mesmo é quando a incompreensão parte de um colega de profissão, o qual, tendo tudo para compreender as razões de uma decisão que tomamos, nos olham de cara amarrada, viram as costas para não nos ver passar, como se fôssemos obrigados a decidir para ser simpático, para agradar ou de acordo com as conveniências dele.
Eu já disse e reafirmo: na hora de decidir sou dou satisfação a minha consciência.
Não decido para ser simpático, tenho reafirmado, sempre que julgo conveniente.
E digo mais: não me submeto a nenhum tipo de pressão para decidir.
E quando digo isso é claro que não estou afirmando que haja quem decida sob pressão; o faço apenas para dar ênfase às minhas colocações.
Não há, definitivamente, nada que me faça mudar o curso da minha história.
Cargo de direção?
Não os almejo.
Bajulação?
Não a tolero.
Reconhecimento?
A mim me basta o da minha família e dos poucos que estão à minha volta, porque me querem bem ou porque me admiram e comungam das minhas inquietações ou porque simplesmente me aceitam como sou.
Desconforto com o isolamento?
Não me incomoda, pois não sou mesmo um ser sociável.
Boa convivência com os colegas?
É o que mais almejo, conquanto me pareça que de uns poucos não haja reciprocidade.
Fama de agorrante?
Acostumei-me com ela, por isso estranho quando as pessoas dizem que eu não sou o que pareço ser.
Vaidade?
A única coisa que me envaidece é a minha família e a minha história.
Esperança?
A de que um dia as pessoas possam conviver com as outras dando ênfase as suas virtudes e administrando os seus defeitos.
Para encerrar, repito, com Paulo Nader: o maior desafio não é como viver e sim o da convivência.