PEC desvairada

Na sessão de ontem, do Supremo Tribunal Federal, na qual foram  suspensos os efeitos, ex nunc,  da PEC da bengala, que  alterou a idade de aposentadoria compulsória,  de todos os votos o  que me pareceu mais próximo do que penso foi a do Ministro Carlos Ayres Brito, o qual se limitou a dizer tratar-se de uma inconstitucinalidade desvairada, ensandecida.

Confesso que, durante o julgamento, fiquei constrangido com o exemplo dado pelas Assembléia Legislativas  dos Estados do Maranhão  e do Piauí, não por acaso os estados mais pobres da Federação.

A mim pareceu que, além do atestado de incompetência, deixamos no ar uma demonstração, triste, de que as instituições do Estado estão a serviço de interesses pessoais – pelo menos foi o que deixou transparecer a preocupação externada  pela Ministra Carmem Lúcia.

Que pena!

O povo do Maranhão, definitivamente, não tem muito do que se orgulhar, em face da ação da maioria dos nossos homens públicos.

Felizmente, ainda há exceções a nos ver que nem tudo está perdido.

Autor: Jose Luiz Oliveira de Almeida

José Luiz Oliveira de Almeida é membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi promotor de justiça, advogado, professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Um comentário em “PEC desvairada”

  1. Alguém tem alguma dúvida que, a uma altura dessas, um certo Desembargador está com insônia recorrente e “espumando ódio” pelas ventas em razão da liminar concedida pelo STF? Esse é o grande problema daqueles apegados ao poder e às benesses que certos cargos públicos conferem, pois não se preparam para dizer adeus à toga e, no dia seguinte à aposentação, passam a ser “um nada” perante os colegas de Tribunal (pois não possuem mais a força da caneta e nem mesmo influência para indicar os rumos das decisões que julgam ser “as mais corretas”). Mas, fica uma última indagação: Se o aposentado continuará a receber os vencimentos normalmente, a título de proventos, por que o pavor de se aposentar? Será que realmente vive só do salário percebido ou há algo mais por trás de todo esse desgaste de energia para tentar se manter na posição de Desembargador? Já vai tarde…

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.