Juiz, trabalhador comum

“Sou juíza há catorze anos. Atualmente  sou titular  de uma Vara Criminal da Família, Infância e Juventude, numa comarca do interior do Paraná, e conto com cerca de 8000  processos.  Vejo-me obrigada a fazer a média de quatro horas extra  por dia e levo serviço para casa todos os fins de semana. Particularmente, acho que a discussão sobre os sessenta dias de férias para magistrados se esgotou.  A sociedade não admite mais tal ‘privilégio’  e exige que os juízes sejam tratados como trabalhadores comuns. Eu concordo em gênero, número e grau. Dispenso os sessenta dias de férias e exijo o pagamento de horas extras, pagamento pelos plantões que sou obrigada a fazer de madrugada e em fins de semana alternados com outros dois colegas da comarca e adicional de periculosidade. Exijo ser trata como uma trabalhadora comum”

Elaine Cristina Siroti

Juíza de direito da Vara Criminal e Anexos de Sarandi, PR

Autor: Jose Luiz Oliveira de Almeida

José Luiz Oliveira de Almeida é membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi promotor de justiça, advogado, professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Um comentário em “Juiz, trabalhador comum”

  1. Interessante, enquanto alguns magistrados tem uma postura louvavel como esta, contibuitiva com a morosidade do judiciario por exemplo, outros desejavam ter direito a 90 dias de férias por anos, se podessem. Por sua vez, boa parte da sociedade formada de “trabalhadores comuns”, se assim podemos chama-los, seria a favor da criação de controle de ponto e jornada para os magistrados, especialmente aos famosos “TQQ’s”.

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