Antes do estabelecimento da sociedade nos moldes atuais, todos sabemos, havia apenas as leis da nautereza, contra as quais o homem näo podia – como efetivamente näo pode – lutar. Todas as vezes que o homem tentou afrontar as leis naturais, ele quebrou a cara.
Na sociedade primitiva, é de ciência comum, o homem tinha receio, pavor do semelhante, de cujo medo, também é sabido, resultou a necessidade de que se unisse a outros semelhantes para construçäo da sociedade civil, donde emergissem regras, impostas à observância geral, a disciplinar e possibilitar a vida em comunidade.
Passados séculos da decisäo do homem de se unir em sociedade, é tenebroso constatar que esse mesmo homem, que se diz civilizado, ainda teme o semelhante; e o teme exatamente porque só o homem sabe do que é capaz o outro homem na busca, por exemplo, da satisfaçäo de um desejo ou quando se decide por um vendeta.
O mais grave é saber que, dentre os animais que povoam a terra, apenas o homem é capaz de fazer o mal ao semelhante, consciente de estar fazendo o mal.