Medo

Antes do estabelecimento da sociedade nos moldes atuais, todos sabemos, havia apenas as leis da nautereza, contra as quais o homem näo podia – como efetivamente näo pode – lutar. Todas as vezes que o homem tentou afrontar as leis naturais, ele quebrou a cara.

Na sociedade primitiva, é de ciência comum, o homem tinha receio, pavor do semelhante, de cujo medo, também é sabido, resultou a necessidade de que se unisse a outros semelhantes  para construçäo da  sociedade civil, donde emergissem  regras,  impostas à observância geral, a disciplinar e  possibilitar a vida em comunidade.

Passados séculos da decisäo do homem de se unir em sociedade, é tenebroso constatar que esse mesmo  homem, que se diz civilizado, ainda teme o semelhante;  e o teme exatamente porque só o homem sabe do que é capaz o outro homem na  busca, por exemplo,  da satisfaçäo de um desejo ou quando se decide por um vendeta.

O mais grave é saber que, dentre os animais que povoam a terra, apenas o homem é capaz de fazer o mal ao semelhante, consciente de estar  fazendo o mal.

Autor: Jose Luiz Oliveira de Almeida

José Luiz Oliveira de Almeida é membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi promotor de justiça, advogado, professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

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