Em face de alguns contratempos que tenho vivenciado nos últimos tempos, sinto-me na obrigação de voltar a um tema que já foi objeto de reflexão neste mesmo espaço. Não o faço por gosto; faço para desabafar, para expor aos leitores do meu blog uma inquietação.
Devo dizer, de início, que não me apraz saber que a minha presença não é bem-vinda em determinados ambientes; antes, essa situação me amargura, sobretudo quando tenho consciência de que nada fiz – ou faço – para merecer o desprezo de ninguém.
Tenho convicção que não sou um ser humano intolerante. A minha história, a minha trajetória, o respeito que tenho nutrido pelo semelhante não autorizam esse tipo de julgamento sobre a minha pessoa.
O que faço, todos os dias, a não merecer (?) castigo por isso, é me esmerar para desempenhar bem as minhas atividades judicantes. Por isso leio- e leio muito!- estudo – e estudo muito! Não para disputar espaço, mas para ter segurança nas minhas decisões, nas minhas intervenções, para me sentir útil nos julgamentos coletivos, para emprestar, enfim, a minha colaboração na construção das decisões colegiadas.
Não sou do tipo que joga pedra esconde a mão.
Não sou surpreendente, conquanto venho me surpreendendo, todos os dias, em face de determinadas condutas.
Todos que me conhecem sabem o que esperar de mim.
A minha mão que afaga não apedreja.
Não cultivo sentimentos menores.
Não semeio ódio e tempestade.
Faço tudo para viver em paz; procuro, sobretudo, paz de espírito, ciente e consciente de que não uso o poder que tenho para fazer o mal, para perseguir, para maquinar ou para exteriorizar as minhas frustrações. Procuro, ademais – e por isso mesmo – ter uma boa relação no meu ambiente de trabalho, conquanto admita que isso não tem sido possível.
Nos últimos dias, convém registrar – apenas a guisa de reforço e não para fazer sangrar a ferida -, por duas vezes fui admoestado por colegas, publicamente, sem que tenha feito sequer uma descortesia – uma dessas admoestações com extrema grosseria e a outra, com extrema fidalguia e elegância -, em face da defesa que fazia das minhas teses.
Esse não é ambiente de trabalho que me apraz. Nele não me sinto bem. Sinto-me, às vezes, sem liberdade para expor as minhas ideias, porque fico sempre com a sensação de que, a qualquer momento, posso ser mal interpretado em face de um colocação, em face da extrema sensibilidade dos homens de toga, muitos dos quais não aceitam ser contrariados, e supõem que tudo é pessoal.
É um equívoco imaginar que o que digo e escrevo é fruto de vendetas, com o objetivo de atingir as pessoas.
Eu não sou assim!
Eu não ajo dessa maneira!
Nas minhas relações, é preciso remarcar, eu só sei ser gentil, cordato, cortês, elegante, inobstante firme, intenso e contundente, a surpreender apenas os desavisados, os que não conhecem a minha história.
Nesses mais de dois anos no segundo grau nunca traí as minhas convicções; e elas são muitas. Quiçá, em face disso, eu tenha que pagar um preço elevado, pois, na defesa delas, tenho sido, algumas vezes, muito intenso.
Segundo o mestre Luisa Roberto Barroso, gentileza e cortesia fazem a vida transcorrer como se fosse ao som de uma bela sinfonia.
Que tal, juntos, construirmos uma relação à base de um sinfonia?