Até quando?

As eleições são sempre reveladoras. Muitas vezes nos surpreendemos – embora não devéssemos – com a atitude de certas pessoas que imaginávamos equilibradas. Outras vezes, nos surpreendemos com a atitude de outras que julgávamos civilizadas. O que não surpreende mesmo é a falta de sensibilidade dos que assumem o poder pensando apenas nos seus interesses pessoais e de uns poucos congêneres,  da mesma envergadura moral.

Definitivamente, as disputas eleitorais  mexem com o emocional das pessoas, por isso elas se revelam. Não são muitos, afinal,   os que, sob a influencia da paixão e da emoção, conseguem manter  o equilíbrio.

As pugnas eleitorais, por outro lado, reafirmam aquilo que estamos cansados de saber: os eleitos, muitos dos quais viciados em privilégios,  quase sempre  se apropriam do espaço público como se fosse o quintal de sua residência.  Depois da apropriação,  vem, como consequência, o enriquecimento ilícito, a ostentação, o esbanjamento, decorrentes da visão estreita – ou arrogante – de quem pensa que tudo pode,  e crer na impunidade – até que um dia, finalmente, a casa cai.

Mas enquanto a casa não cai –  porque, , afinal, a justiça tarda e muitas vezes falha -,  da patrimonialização  do estado resulta aquilo que todos vemos: o deficit de educação, de saúde, de saneamento, de habitação, de oportunidades de vida digna.

Até quando?

Autor: Jose Luiz Oliveira de Almeida

José Luiz Oliveira de Almeida é membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi promotor de justiça, advogado, professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Um comentário em “Até quando?”

  1. Nessa semana me peguei pensando nesse assunto e me lembrei que desde os idos de 1998, quando exerci meu primeiro direito ao voto, as mesmas questões foram feitas e a falta de resposta é sempre a mesma.

    Por isso, engrosso o coro:

    Até quando?

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