Discussão entre os ministros Joaquim Barbosa e Lewandvisk
— Vossa Excelência não vai esculhambar a minha presidência! — increpou Barbosa.
— O senhor quer as manchetes? Quer aparecer? Vá para as ruas! — devolveu Lewandowski.
— O senhor não vai ficar lendo textos de jornal em plenário para atrasar o julgamento!
— Está para nascer homem que mande no que devo fazer. O senhor acha que tenho voto de moleque?
— Acho sim, senhor.
Lewandowski insinuou que, noutro ambiente, reagiria com os punhos:
— Se não fosse o respeito que tenho por esta Casa, eu tomaria agora outra atitude.
Antes da intervenção da turma-do-deixa-disso, Barbosa ainda sapecou:
— O senhor envergonha esta Casa. O senhor não se dá ao respeito!
Em privado, Lewandowski disse aos colegas que seu retorno ao julgamento depende de uma retratação de Barbosa. Durante a sessão de quinta, depois de acusar Lewandowski de fazer “chicanas” protelatórias, Barbosa dissera: “Não vou me retratar, ministro.” O terceiro round está marcado para quarta-feira (21).
É com pesar que analiso essa situação da Suprema Corte do Brasil. Sou recém formada em Direito e durante a graduação estudei a origem da Corte, seu papel, de modo que a Corte representa para mim uma instituição sólida, que estaria, de certa forma, imune a pressões políticas, cumprindo sua primordial função de intérprete da vontade emanada pelo poder constituinte que foi cristalizada no texto constitucional.
Ocorre que “a elite do pensamento jurídica”, ao invés de estar atenta a sua missão, cada vez mais tem envergonhado a sociedade.