Mentiras ao telefone

sem_telefoneNão tenho uma boa relação com telefone, de qualquer espécie. Não gosto, pois, de falar ao telefone. Prefiro enviar e receber mensagens, quando necessário. Mas prefiro mesmo é falar olhando nos olhos. Sempre tive uma certa implicância com as pessoas que falam muito ao telefone. Tenho sempre a sensação de que o interlocutor possa não estar dando a devida atenção ao que digo ou pode estar tentando me enganar. Por isso, prefiro o olho no olho. Todos sabem que sou assim, que não trato de questões sérias ao telefone. Quando muito, trato de um convescote ou coisas do gêneros. Quem tiver algo para tratar comigo, se não for um simples convite para um churrasco, deve fazê-lo pessoalmente.

Pois bem. Leio agora, na revista Veja desta semana, na reportagem de capa – Alguém vai mentir para você hoje – o seguinte excerto: “Outro estudo colocou em números uma constatação já feita pelo senso comum. A de que é mais fácil mentir a alguém conhecido ao telefone do que cara a cara. Quase 40% das mentiras são ditas durante as ligações telefônicas e 27% em conversas presenciais”.

Vejo aí o argumento que eu precisava para continuar abominando as conversas ao telefone. Assim sendo, se você tem por mim algum tipo de consideração – e algum assunto sério a tratar -, evite as ligações telefônicas; prefiro a conversa do tipo olho no olho. Sempre, pois, que pensares em ligar para mim, pense que eu possa estar pensando que podes estar mentindo.

É isso.

Autor: Jose Luiz Oliveira de Almeida

José Luiz Oliveira de Almeida é membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi promotor de justiça, advogado, professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

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