Depoimento de Erasmo Carlos sobre a sua mãe, quando a morte dela se fazia iminente:
“[…]Naquele momento de fragilidade, o que ela mais precisava era do meu carinho e da minha proteção. Foi então que entrei em parafuso. Minha determinação em lhe dar alegria e suporte médico foi grande[…]”
Num final de semana festivo em minha casa, começou o fim. Um derrame condenou minha mãe a uma cadeira de rodas. Ficou mais difícil administrar a doença e manter a esperança de que dias melhores viriam. O Tremendão chorava em sua impotência. Transformei um quarto em ambulatório e passamos a conviver com sustos que duraram dois longos anos, provocando várias idas e vindas ao hospital.
Seu olhar contemplativo em um corpo tão debilitado, vendo os bisnetos brincando na piscina,doeu na minha alma – quase como doía sua imagem lavando roupa até a madrugada na Tijuca. Mas seu grito mudo de vitória, representado pelo sorriso de dignidade desenhado no rosto sofrito, lembrou o mérito das grandes guerreiras, me ninando, me mimando e me amando. Quando ela se foi, todos nós ficamos mais fortes,porque herdamos o seu amor abançoado[…]” (in Minha Fama de Mau, Objetiva, 2009, p.324)
Você já pra pensar que, diante da dor e do sofrimento, somos todos rigorosamente?
Você tem lembrado de valorizar a sua mãe enquanto vida ela tem?
Você tem tido a capacidade de reconhecer o sacrifício que seus pais fazem pra te ver feliz?
Você já parou pra pensar que, diante da doença, não existe essa de ser superior?
Pense, pense e pense. Ainda há tempo de mudar.
E lembre-se: vale a pena amar que nos ama.
E não esqueça: nada se compara ao amor de mãe.
Mãe, simplesmente mãe. Não precisa dizer mais nada.