Desde que assumi a segunda instância que tenho levada a plenário apenas o que nominei de síntese argumentativa dos meus votos. No início eu até distribuía o resumo aos meus pares. Não senti nenhuma receptividade e, por isso, deixei de fazê-lo. Passei a, tão somente, expor a síntese do meu pensamento, por entender que ninguém suportava a leitura de longos votos, além do que, de rigor, os que se predispunham a ouvir, por óbvias razões, tendiam a perder a linha de raciocínio.
A propósito, leio, agora, na Folha de São Paulo, na coluna Painel, a seguinte matéria, na coluna painel, sobre o ministro Luiz Fux.
Estilo 1 Recém-indicado para uma Corte com tradição de longas leituras de votos, o novo ministro do STF, Luiz Fux, sustenta em sua autobioografia publicada no site da UERJ, onde estudou, que nunca leu um voto em sessão.
Estilo 2 Partidário da “simplificação do direito”, Fux diz: Não leio os meus votos. Explico qual a ideia que tenho no caso e, eventualmente, só para fechar o raciocínio, leio a síntese do voto. Essa metodologia de ficar lendo, ninguém presta atenção, ninguém aguenta”.
Vejo, agora, que estou em boa companhia. Os que discordaram da minha maneira de votar, certamente a verão, doravante, com bons olhos.
A síntese é adequada e garante celeridade. Ótimo.
Mais ainda acho que está faltando mais compromisso de vossos ilustres pares no momento do voto. É preciso uma tomada de consciência, relembrando a nobre missão de julgar, hoje reduzida, muitas das vezes, a um lacônico, descompromissado e desatento “de acordo”, ou mesmo um “com o relator”.
Viva a evolução do Direito!