Abro os jornais e me deparo, como sempre, com notícias, as mais diversas, sobre violência.
Nos mesmos jornais vejo, ademais, notícias acerca de desvio de verbas públicas; verbas públicas que enriquecem uns poucos canalhas, em detrimento da saúde e da educação dos necessitados.
Vejo no O Globo de hoje, por exemplo, notícias acerca da violência perpetrada contra as adolescentes Josely Laurentina de Oliveira, de 17 anos, e Juliana Vania de Oliveira, de 15 anos.
As adolescentes foram vistas, pelo última vez, na quarta-feira passada.
Os corpos foram encontrados com marcas de violência sexual.
Foram ambas violentadas e mortas em seguida, com disparos de arma de fogo.
Voltavam para casa quando foram abordadas.
Vinham da escola.
Buscavam uma via através da qual pudessem mudar de vida.
Não tiveram tempo.
Em plena adolescência foram assassinadas, de forma brutal.
O pai, desesperado, sob efeito de calmante, limitou-se a dizer:
-Espero que o suspeito seja preso o quanto antes. Assim como sempre quis o bem das minhas filhas, não vou querer o mal de ninguém, mas quero que se faça justiça.
Consta que, no dia do ocorrido, o pai das adolescentes, por razões superiores, não pode ir buscá-las na parada de ônibus.
É claro que, não fora a exposição das vítimas, tivessem elas alguma forma de proteção do Estado, o fato não teria ocorrido.
Mas elas não tinham! Como nós outros, afinal.
Enquanto isso, os de sempre vão desviando as verbas públicas e com elas construindo mansões e reforçando a segurança particular da prole, como o dinheiro dos impostos que pagamos.
A propósito, vejo nos jornais de hoje a confissão do ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, Jorge Hage, de que a verbas da educação e da saúde para os municípios não são, na prática, fiscalizadas, daí o generalizado desvio das verbas públicas.
Vejam o que disse o ministro:
-Educação e saúde têm pior fiscalização. Na saúde, há grandes fragilidades no controle por parte do Ministério da Saúde em relação aos recursos fundo a fundo. Nós atribuímos tudo isso à falta de um acompanhamento com a devida transparência por parte do poder repassador (governo federal). As nossas fiscalizações in loco nos municípios sempre trazem uma incidência maior de irregularidades na saúde e na educação.
Até quando?