Ruy Castro, na crônica intitulada TRIÂNGULO DA ALEGRIA (Folha de São Paulo) disse que, por não saber dirigir e só andar de táxi, já conheceu taxistas de todos os matizes: estressados, depressivos, hipocondríacos, bipolares, dementes, delirantes, amnésicos, fóbicos, obsessivos, compulsivos, sonados, insones, bulímicos, anoréxicos, hiperativos e sujeitos a tiques.
De todos os taxistas que já conheceu, o colunista informou que o seu favorito é um senhor nominado Fernando, que só é mal-humorado aparentemente. Segundo o colunista, quando o trânsito dá um nó, Fernando tira do porta-luvas do carro um triângulo e um bastão, bota pra tocar um CD de Luiz Gonzaga, e começa a tocar, tornando a vida de ambos muito melhor.
Pois bem. Eu, cá do meu lado, na condição de magistrado criminal, já conheci, nos últimos 22 anos criminosos como os mesmos perfis. Um deles, no entanto, me fazia – e faz, ainda – particularmente infeliz: o desocupado por opção. Verdade! Defrontei-me, sim, incontáveis vezes, com assaltantes que preferiam a “facilidade” de amealhar dinheiro assaltando incautos – idosos e mulheres – que trabalhar.