O leitor de Macapá

Hoje, pela manhã, fui ao hospital UDI, para colocar um aparelho que mede a pressão arterial,  por longas 24 horas. É que, durante a semana passada, a minha pressão, sobretudo a mínima, andou quase passando dos limites desejáveis.

Muitos indagaram se eu estava estressado, na tentativa de justificar  o aumento da pressão. A todos respondi a mesma coisa: estressado estamos todos nós; uns mais, outros menos.

Só que eu, nos últimos anos, tenho mantido o meu estresse no limite desejado. É que, diferente do que fui no passado, hoje sei muito bem administrar as adversidades.

Estando no hospital, aguardando atendimento – péssimo, por sinal -, um cidadão aproximou-se de mim, e indagou:

– O senhor é que tem um blog?

Respondi que sim, claro.

Daí veio o inusitado. O cidadão me disse, então, que morava em Macapá, e que, lá, se habituou a ler o meu blog, pois gostava muito do que eu escrevia.

Não sei como ele me reconheceu, sinceramente.

De toda sorte, fiz o que devia fazer: agradeci pela leitura das minhas reflexões,  e nos despedimos.

O cidadão que estava ao meu lado, na sala de espera, indagou de mim:

-O que tem de tão interessante no seu blog?

Respondi:

-Não sei, francamente.

Ele, então, me disse:

-Bom, eu agora me interessei pelo que o senhor escreve. O senhor pode me fornecer  o endereço do blog?

Forneci o endereço e saí para colocar o aparelho.

Autor: Jose Luiz Oliveira de Almeida

José Luiz Oliveira de Almeida é membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi promotor de justiça, advogado, professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

3 comentários em “O leitor de Macapá”

  1. Acredito que não o reconheceria pessoalmente, a menos que o visse discursar. Mas sei bem o que há de tão interessante no seu blog, que também criei o hábito de acompanhar: a humildade, a honestidade, a sinceridade, enfim, a verdade.

  2. Prezado Dr. Jose Luiz.
    O cidadão que o abordou, fui eu, sou bacharel em Direito,sou maranhense, trabalho hoje em uma empresa de mineração , no Amapá e o admiro pelas suas colocações bastante realistas, sérias e muitas das vezes corajosas.Tive uma grande surpresa, o reconheci pela barba. Tive o prazer de conhecê-lo e mais uma vez afirmo, as suas palavras ajudam muito as pessoas a refletirem e concluirem decisões. Parabens pela sua humildade.

  3. Fiquei feliz pela abordagem feita ao senhor, feita pelo leitor de Macapá. Realmente, ler os seus artigos é profundamnte enriquecedor, pelo fato de ser, entre outros fatores, um encontro com a sensibilidade, com a ética, com a justiça, com a coerência e com muitos outros valores que não comuns, infelizmente, a todas as pessoas.
    Na crônica “Cuida da minha filha”, pude sentir mais uma vez a sua extremosidade de pai, o seu amor desvelado por esse casal de filhos que Deus lhe deu. A crônica se encerra com a pergunta: “Precisa dizer mais alguma coisa?”, por meio da qual qualquer frequentador pode “ouvir” um longo discurso de amor.
    Um grande abraço extensivo a Ana Rita, Roberto e Ana Paula.
    Carinhosamente,
    Azenate

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