Sempre eles

Não há um dia sequer que não seja veiculada alguma notícia dando conta de desvio de verbas públicas por políticos.

Impressionante como eles não têm pena do povo sofrido, que morre sem atendimento nas filas dos hospitais, clamando por um leito, leito que não existe  simplesmente por que as verbas destinadas à saúde são desviadas em proveito próprio.

Impressiona a insensibilidade  desses mesmos políticos com a questão educacional. As escolas, caindo aos pedaços, não os sensibiliza. É que eles preferem, porque lhes é útil, que o povo viva na ignorância.

A insensibilidade deles não tem paralelo, definitivamente.

E assim vão vivendo, descaradamente, enriquecendo às nossas custas, até que um dia a polícia bate à porta.

Para eles, no entanto, isso é irrelevante. Eles confiam na impunidade. Eles sabem que se safam das acusações. Eles sabem que, logo, logo, alcançarão a liberdade.

O enredo é o mesmo: a Polícia Federal prende, cumprindo uma ordem judicial. No outro dia, às vezes no mesmo dia, o político consegue uma Alvará de Soltura na segunda instância.

Depois de presos e expostos ao público, os malfeitores, com a cara lavada, atribuem a prisão a uma perseguição política, a uma armação dos adversários. E o pior é que há quem acredite.

E assim eles vão levando.

Nilo Batista, em Punidos e Mal Pagos, a propósito do tema pena de morte, constata a insensibilidade dos políticos:

“Há até certa coerência deles. Sua cumplicidade com uma sociedade injusta os torna co-autores das milhares de mortes por doença, por falta de alimentação, de assistência, de habitação, e até mesmo de uma ‘morte civil’ por falta de informações sobre seus direitos.”

No pleito seguinte, o eleitor já não se lembra da prisão, das verbas desviadas, dos problemas decorrentes dessas ações deletérias, e volta a votar nos mesmos.

Diante desse quadro, importa indagar, mais uma vez:  o Brasil tem jeito?

Autor: Jose Luiz Oliveira de Almeida

José Luiz Oliveira de Almeida é membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi promotor de justiça, advogado, professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

2 comentários em “Sempre eles”

  1. e os desvios de conduta do Poder Judiciário Sr. José Luiz??

    Não podemos parar de buscar informações. O Senhor é o nome mais indicado para fornecer à sociedade civil as informações de relevantíssimo interesse público.

    Nos interessam agora as informações acerca do andamento das representações conta o Desembargador Paulo Velten pelo fato de ele ter conhecido, julgado e VOTADO na Apelação 1954/2006, DJe 154/2009, de 21.08.2009, mesmo sabendo que havia atuado anteriormente na causa como advogado, em CLARA VIOLAÇÃO DAS REGRAS DE IMPEDIMENTO, e, quiça, DOS SEUS DEVERES DE IMPARCIALIDADE COMO MAGISTRADO.

    Some-se a esse gravíssimo fato, outros semelhantes, mas não idênticos, onde ele votou em processos onde sua ex-banca patrocinava em favor de uma das partes.

  2. Dr. José Luiz publique o nome de todos os desembargadores do TJ-MA que respondem a alguma pendência administrativa ou judicial.

    aGUARDO RESPOSTA.

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