Psicopatia

Tenho pavor do psicopata.

Do pouco que já li, acho que posso, sim, com pequena possibilidade de errar, reconhecer um psicopata, convindo anotar que nem todo psicopata é criminoso e que nem todo criminoso é psicopata.

Faço o registro acima  só para não deixar dúvidas que não estou me referindo ao psicopata criminoso e nem ao criminoso psicopata.

Refiro-me, sim, aos que estão muito próximos de nós, convivendo conosco, às vezes no mesmo ambiente de trabalho, como se fora uma pessoa normal.

Desse eu tenho medo! Tenho pavor!

Ele não é leal, mente, escamoteia ~ não é confiável, enfim.

Ele não tem a capacidade de ver-se a si mesmo como os outros o vêem.

É egocêntrico, manipulador, mentiroso, cruel, não assume responsabilidades, vive em conflito com a sociedade e com seus próprios pares; muitas vezes sem qualquer razão, por puro espírito de competição.

Repito que tenho pavor do psicopata.

E sou capaz de identificá-lo, como disse acima, conquanto admita que, muitas vezes, por fazê-lo apenas em face de uma base empírica, muitas vezes me deixe enganar por muito tempo.

É por identificá-lo, e saber do que é capaz, que tenho medo do psicopata.

Por prudência, tento não me indispor com esse tipo de gente.

Desse tipo quero – e mantenho – uma distância mínima de segurança; quando isso é possível.

Vou repetir: tenho medo do psicopata.  

É que, ademais, ele costuma se incomodar com o sucesso do semelhante.

Não de todos, claro. De alguns. Daqueles que ele supõe possam ser um competidor – competidor na mente doentia dele, importa dizer.

Há psicopatas que, contraditoriamente,  não sentem inveja do semelhante – ou fingem, pelo menos.

Aí é que mora o perigo!

Esse, para mim, é o mais perigoso.

A inveja que ele não sente – ou finge não sentir – pode se transformar é algo muito mais violento.

Engraçado como os psicopatas, pelo menos alguns dos que identifiquei ao longo da minha vida, não têm apego a bens materiais.

Estranho, isso! E  muitos são inteligentes: QI acima da média.

Mas essa não é uma regra absoluta, pois muitos deles adoram uma ostentação, só para se sentir em outro plano.

A ostentação alimenta o ego de alguns psicopatas.

O psicopata, comumente,  não tem sentimento.

Aliás, os sentimentos neles são contraditórios, daí o perigo que representam.

Também por isso eu tenho medo deles.

O pior é que há sempre um deles muito próximo da gente; às vezes na própria corporação, não se há de negar.

O psicopata não tem complexo de culpa; isso está na literatura específica.

Veja só o perigo que isso representa.  

Por isso que  ele deve ser mantido, se possível, fora do nosso convívio.

O psicopata, digo mais, não tem controle dos seus impulsos.

Todo tipo de reação você pode esperar do psicopata.

É por isso que devemos  evitar polemizar com um psicopata.

Existem vários níveis de psicopatia, é consabido.

Como não sei identificar o nível – e o tipo, por consequência – do psicopata que eventualmente esteja próximo de mim, o que faço de melhor mesmo  é evitá-lo – ou tentar, pelo menos, quando for possível.

Agora, reflita comigo: e quando o psicopata tem sob as mãos um naco do poder, o que ele será capaz de fazer?

Um  agente de trânsito, um agente de polícia, um soldado, um vigilante, um segurança, um delegado, um promotor de justiça,  qualquer pessoa, enfim, com  transtornos mentais e com poder sob as mãos, é capaz de fazer miséria.

A literatura policial, nesse sentido, é remansosa.

Imagine, também,  um psicopata com um arma de fogo na mão, com o poder de decidir sobre a  vida de um semelhante, sobre o seu patrimônio, sobre a sua liberdade!

Deus nos livre desse tipo de gente!

O pior que há sempre um deles por perto.

A propósito, você conhece algum?

Você já se deu conta que bem próximo de você pode existir um psicopata?

Cuidado!

P.S.

Essas reflexões são feitas por um leigo. Não as levem, pois, muito a sério. Não têm base científica. São apenas reflexões que faço a partir da  minha experiência profissional; fruto da minha mente inquieta.

Não seria eu próprio, por acaso, um psicopata?

Autor: Jose Luiz Oliveira de Almeida

José Luiz Oliveira de Almeida é membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi promotor de justiça, advogado, professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Um comentário em “Psicopatia”

  1. obs: do site http://concursos.correioweb.com.br/

    Veja como anda sua imagem:

    Esse post eu copiei do blogo do José Luiz Almeida, um dos grandes e bons desembargadores do TJMA. Leiam e tirem suas conclusões.

    Lamentável
    Hoje, na sessão administrativa do Pleno, houve várias promoções.

    Nas promoções por merecimento, reiterei a minha posição no sentido de só votar nos candidatos que residissem na comarca e que provassem fazer audiências às segundas e sextas-feiras.

    Para minha surpresa, um colega fez questão de dizer, para hostilizar a minha posição, que esse era um dado irrelevante para ele.

    Lamentável, sob todos os aspectos, que enquanto uns lutam para mudar o quadro atual, há os que pregam a sua manutenção.

    A mim não importa se algum colega goste ou não das minhas posições.

    O meu compromisso é com a instituição.

    Com essa minha exigência, decerto que os leitores do meu blog e os que estiverem na sessão, saberão quais são os TQQs que tentam uma promoção.

    Com essa atitude estou preservando a instituição.

    Simpatico?

    Nunca fui mesmo.

    As pessoas parece que ainda não se deram que vivemos novos tempos.

    Os que não mudarem a direção, certamente ficarão para trás.

    Essas posições conservadores e retógradas são

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