Na sexta-feira passado participei, com toda minha equipe, da solenidade de premiação por produtividade judiciária, que se deu no Espaço Renascença.
Vi, no rosto de cada servidor – e dos próprios magistrados – , incontida satisfação com o evento, que, não se tem dúvidas, marcará, com tintas fortes, a exitosa passagem do Desembargador Jamil Gedeon pela presidência do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão.
É, sem dúvidas, um marco a ser festejado.
E todos nós, por isso mesmo, temos a obrigação de enaltecer e aplaudir a implementação desse projeto; projeto que, remarque-se, com a necessária ênfase, não é propriedade de ninguém, mas uma conquista do servidor e, por extensão, de todo Poder Judiciário, daí a sua relevância, daí a necessidade de sua preservação.
Confesso que não tinha, à distância, a dimensão do projeto. Só agora vejo, com efeito, o quanto ele significa para todos nós. Não em face do valor pecuniário a ser pago. Mas, sobretudo, em face do estímulo a mais que todos recebemos no desempenho do nosso honroso mister.
É claro que um projeto dessa envergadura, sobretudo em face do seu ineditismo – e, também, porque, claro, não pode contemplar a todos, sob pena de se descaracterizar -, termina por não agradar a todos, máxime àqueles que, não tendo sido agracidados, não têm a dimensão e o despreendimento necessário para compreender que tudo isso é circunstancial e que a “festa”, enfim, é de todos nós que integramos o Poder Judiciario do estado.
Os agraciados de ontem, deve-se compreender, podem não ser os contemplados de amanhã; é que tudo na vida , só não sabem os todos, é fugidio, passageiro, circunstancial.
Nós não devemos nos iludir com o reconhecimento e nem devemos nos descabelar com a falta dele, pois o que importa mesmo é saber o que fomos capazes de fazer – ou o que deixamos de fazer – no ano que está prestes a se encerrrar, para servir bem – ou para não servir a contento – ao jurisdicionado, que é, afinal, o destinatário do nosso labor.
Entrevejo, para o futuro – e espero estar errado – tentativas, veladas ou às claras – , de fazer o projeto soçobrar, afinal, numa corporação onde o ego está, algumas vezes, acima da razão, não é insano pensar que um projeto que ponha em destaque membros dessa mesma corporação recebará críticas acerbas em detrimento de sua manutenção.
Todos nós, diante de qualquer tentativa de fazer ruir o projeto, temos que nos unir para que tal não aconteça.
Amanhã, como provavelmente ocorrerá, não sei se a minha equipe será contemplada. Todavia, ainda assim, prestigiarei a iniciativa e emprestarei meu labor e o pouco de inteligência que ainda me resta para não deixar ruir projetos dessa envergadura.
Tenho dito que as pessoas, sobretudo as vaidosas e prepotentes, têm que começar a olhar o mundo pela janela, pois os que insistem em olhar o mundo por um espelho só conseguirão ver refletida a sua própria imagem; imagem que, dependendo do que realizou, pode se traduzir numa assombração capaz de lhe retirar a paz.
Eu olho o mundo sempre pela janela, mas não vejo uma assombração quando me ponho diante do espelho. É que sou capaz de aplaudir o acerto com a mesma veemência com que critico os erros. É que não deixo, ademais, que a vaidade e a arrogância sejam obstáculos à minha capacidade de discernir.
Para encerrar, faço questão de consignar que nunca usei – e jamais usarei – este espaço para um elogio gratuito.
Todas as vezes que o fiz para destacar o trabalho do Desembargador Jamil, fi-lo por entender ser ele merecedor do encômio.
Na próxima administração – que espero poder ajudar, se instado for – , estarei atento para, se for o caso, elogiar, ou, noutro giro, criticar, se ela fizer por merecer a crítica.
Que fique claro, todavia: eu não confundo o pessoal com o institucional.
Excelência. Respeito seu posicionamento e também acho louvável a iniciativa do TJ. Porém, questiono os critérios utilizados para a aferiçao da premiaçao. Infelizmente muita injustiça houve, pois uma das comarcas vencedoras conta com um acervo risível de 200 processos.
Os servidores da referida comarca já sao vitoriosos durante todo o ano por nao terem praticamente trabalho a cumprir e, ainda, assim, sao prestigiados e merecedores de honrarias pelo TJMA, inclusive com o recebimento de 14 salario.
Os criterios utilizados para o prêmio sao questionáveis e duvidosos, pois a comarca vencedora – que em março de 2011 contava com 181 processos – sequer conseguiu reduzir seu acervo, pois em outubro de 2011 passou a contar com o acervo – ínfimo, aliás -de 220 processos; e ainda assim se sagrou vencedora. Ao passo que outras comarcas que reduziram consideravelmente seu acervo e foram operosas durante todo o ano nao lograram êxito na premiaçao, simplesmente porque o numero de processos em tramitaçao na vara é infinitamente maior. Ora, se o criterio é o numero de processos, significa que SEMPRE a comarca vencedora será aquela que conta com o menor numero de processos tramitando.
No entanto, isso nao significa que os servidores vencedores foram mais operosos ou produtivos que os demais servidores das outras comarcas. Ao contrario, pois, enquanto, um servidor de uma comarca com 200 processos precisa movimentar 20 processos para movimentar 10% do acervo, o seu colega que trabalha em uma comarca com 1.000 processos precisa movimentar 100 processos!!!!. Ora, esse criterio é justo e merecedor de honrarias???
Enfim, como vossa excelencia se dispos a auxiliar no projeto para o próximo ano, fica a sugestáo para reanalizar os critérios utilizados e averiguar se, efetivamente, da forma como foram computados os números, há o que ser comemorado e prestigiado pelo TJMA.
Enquanto o TJMA faz a alegria de uns poucos servidores, infelizmente, gera revolta e desestimulo para inumeros outros que trabalharam durante todo o ano com dedicaçao e afinco e nao obtiveram qualquer reconhecimento do TJMA.
Por favor, atentem-se para os numeros e critérios utilizados para a premiaçao para que no próximo ano nao ocorra a injustiça que ocorreu esse ano!