Polícia Federal investiga suspeita de lavagem de dinheiro no TRT do Rio
Delegado comanda inquérito para apurar se servidor que movimentou R$ 282,9 milhões, detectados pelo Coaf a pedido do CNJ, integrava organização criminosa instalada no tribunal
Pedro Dantas, de O Estado de S.Paulo
RIO – A Polícia Federal vai investigar todas as transações financeiras – de 2002 até os dias de hoje – do funcionário do Tribunal Regional do Trabalho da 1.ª Região (TRT-RJ) que movimentou R$ 282,9 milhões em apenas um ano. Os agentes federais trabalham com a hipótese de que um esquema criminoso, que envolveria uma quadrilha, opere dentro do TRT para lavar dinheiro.
Marcos de Paula/AE
A suspeita é que, pelo montante, é pouco provável que o servidor agisse sozinho
A PF quer saber se houve outras operações bancárias suspeitas desse servidor, cujo nome é mantido em sigilo, além da movimentação atípica de 2002. O investigado é suspeito de operar o esquema de lavagem de dinheiro para alguns funcionários do alto escalão da instituição.
A investigação da Delegacia de Combate a Crimes Financeiros (Delefin), da Superintendência da PF no Rio, é chefiada pelo delegado Victor Hugo Poubel. Os agentes apuram se a movimentação milionária foi fruto do desvio de verba pública e não descartam a possibilidade da atuação de uma organização criminosa dentro do TRT-RJ. Pelo montante das transações em um ano, eles acreditam que dificilmente o servidor agia sozinho.
O crime de lavagem é definido como “ocultação e dissimulação de patrimônio ilicitamente obtido”, o que significa que, para a PF, o a movimentação atípica deve tratar-se de dinheiro oriundo do crime. Porém a investigação ainda precisa avançar para esclarecer a origem dos recursos.
O inquérito para investigar “crime de lavagem de dinheiro proveniente de fraude contra o sistema financeiro perpetrado por organização criminosa” foi instaurado na quarta-feira, 18. A PF mantém sigilo total nas investigações. O funcionário suspeito já foi preso por agentes federais quando atuava como doleiro há alguns anos, antes de ingressar no TRT-RJ, provavelmente em cargo de confiança, sem passar por concurso público.
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Mas, afinal, quem é esse funcionário? Por que não divulgam o nome dele? O presidente do Coaf já tinha dito que ele é um ex-doleiro, que tb foi sócio de uma casa de câmbio antes de entrar no TRT/RJ e que ele já esteve preso. Eu não entendo o sigilo. É como disse o Damous, presidente da OAB-Rio: “Se o doleiro chegou a ser preso, como citou o Coaf, é porque ele foi réu em um processo penal. E o processo penal, como regra, é público”. Pq tanto mistério??
http://www.scmcampinas.blogspot.com/2012/01/trtrj-quem-e-o-doleiro-que-movimentou.html
“VOU TE CONTAR, EU SOU BANDIDO!”
Gravações inéditas da Operação Pasárgada, da Polícia Federal, expõem o funcionamento do balcão de sentenças no Judiciário.
A MENSAGEM:
Para o cidadão: as gravações reacendem a discussão sobre a fiscalização dos juízes.
Para os magistrados: é preciso dar mais transparência às ações de combate aos desvios de conduta no Poder Judiciário.
Reportagem da Revista Época. No meu blog:
http://www.scmcampinas.blogspot.com/2012/01/vou-te-contar-eu-sou-bandido.html