A ministra Eliana Calmon disse ontem que as ações do CNJ, daqui pra frente, estarão voltadas para os grandes Tribunais do Brasil, para que fique claro que não há discriminação nas suas ações.
A Folha de São Paulo noticiou, por isso, que o Tribunal de Justiça de São Paulo seria , digamos, a “bola da vez”.
O presidente do TJ paulista, em face da notícia veiculada pela Folha, na qual foi utilizado o verbo “investigar”, ameaçou o órgão com 354 ações por danos morais, mesmo número de desembargadores do Sodalício.
Entendo que, antes de ameaçar um órgão de imprensa, por uma questão semântica, o presidente do TJ paulista deveria, sim, explicar, detalhadamente, a razão dos ganhos extraordinários de alguns magistrados do TJ paulista, alguns dos quais receberam valores que vão de quatrocentos a um milhão e meio de reais.
Ao magistrado, tenho dito, não vale apenas ser honesto; tem que parecer honesto.
Compreendo a indignação de quem se ver acusado levianamente. Mas compreendo, também, que o melhor que faz um homem público, quando a acusação tem bases sólidas, é se explicar.
Uma verdade transparece translúcida: houve, sim, o pagamento de quantias exorbitantes.
Uma constatação não menos translúcida: essas verbas incluídas nos holerites dos eminentes desembargadores, têm que ser explicadas.
O que digo aqui vale para todos nós homens públicos.
Apoiado. Suas observações, como sempre, corretíssimas.