Por que será que as pessoas, no Poder, costumam, de regra, se deixar levar pelo fascínio – desse mesmo Poder – e se mostram incapazes de resistir às suas tentações?
Por que será que “os fora do Poder ” costumam ser críticos vorazes dos que, no Poder, não são capazes de resistir ao seu fascínio, mas, quando ascendem a esse mesmo Poder, esquecem as lições de ética que julgam ter aprendido para, da mesma forma, jogar na lata do lixo, sem o menor escrúpulo, os preceitos éticos e morais que tanto apregoavam?
Faço a mim – e aos leitores desse blog – essas indagações, depois de ter lido alguns articulistas nacionais, fazendo menção aos “deslizes” do senador Demóstenes Torres tido e havido como um dos éticos do Congresso Nacional.
Será que, definitivamente, somos todos iguais?
Será que não escapa pelo menos um para servir de referência?
Fico pensando que, a cada deslize dos que fazem apologia da ética e da retidão, -e diante da quase certeza da impunidade – muitos são os que ficam apenas esperando a sua vez, fingindo-se de ético, para pegar o seu bocado.
Fico pensando, ademais, que, cada vez que um ético “cai”, os que já “caíram” – ou os que já ascenderam ao poder com a moral a nível do chão – fazem a festa, com a sensação, para eles alentadora, de que, afinal, somos todos iguais.
Eu gostaria muito de estar errado nessas reflexões.
Eu gostaria muito que exemplos como o do senador Demóstenes Torres – a serem verdadeiras, claro, as acusações veiculadas na imprensa – não desestimulassem os mais novos.
Eu gostaria muito que todos que ascendessem ao Poder com um discurso moralista, fossem capazes de colocá-lo em prática.