Banalização da violência

“[…] A “causa mortis” foi choque hipovolêmico causado por hemorragia aguda em conseqüência do ferimento pérfuro-cortante, localizado no terço superior do hemitórax direito? Sim, pois o instrumento pérfuro-cortante penetrou ao nível do terço superior do hemitórax direito, de frente para trás, de baixo para cima e da esquerda para direita, adentrou a cavidade pleural, superiormente, causou lesão pérfuro-cortante no lobo pulmonar superior direito, atravessou a cúpula pleural direita, indo até o plano cervical profundo (por baixo da pele e TCS), lesando a veia jugular interna direita e causando hemorragia dentro da cavidade pleural direita, pela comunicação que o ferimento causou entre a cúpula pleural e a veia jugular interna lesionada.[…]”

Os dados acima foram colhidos num laudo pericial decorrente de um crime de latrocínio.

A motivação do crime não é novidade: três jovens, desocupados, estão bebendo em determinado município, próximo de São Luis, quando, então, resolvem fazer um “rolé” pela capital. Sem dinheiro, decidem-se pelo mais  simples e banal- e também brutal: um assalto. Mas vão além: matam a vítima e roubam o veículo que  a mesma utilizava para fretamento.

Esse episódio pode ser traduzido como banalização da violência.

Autor: Jose Luiz Oliveira de Almeida

José Luiz Oliveira de Almeida é membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi promotor de justiça, advogado, professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

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