Breve, nós, desembargadores do TJ/MA, escolheremos, de uma lista sêxtupla a ser encaminhada pela OAB/MA, três nomes para composição de uma lista para ser enviada ao Poder Executivo, dos quais um deles será escolhido para compor o Tribunal de Justiça do Maranhão, na vaga destinada a advogados.
É a primeira vez, mesmo porque as oportunidades são poucas, que participo de uma escolha dessas. Mesmo jejuno em torno dessas questões, posso antecipar que a minha escolha será absolutamente técnica. Vou votar nos que eu tenha convicção do saber jurídico e da reputação ilibada; mas ilibada mesmo.
Compreendo, ingenuamente, quem sabe, que, nessa escolha, não devemos deixar que injunções externas acabem por nos conduzir ao erro. Entendo que temos que escolher bem, para não nos arrependermos depois, pois a credibilidade do Tribunal e, por consequência, das nossas decisões, passam, necessariamente, pelas escolhas que fazemos.
Devo dizer que, pelo menos no que me toca, não valerá o tapinha nas costas e o pedido de amigos.
Vou analisar, criteriosamente, o perfil de todos os candidatos, para escolher aqueles que, dentre os seis, forem os mais qualificados para o exercício do mister.
Os escolhidos, desde a minha compreensão, além de preparados intelectualmente e da reputação ilibada, precisam ter a vaidade controlada e devem ter construído uma história de equilíbrio e sensatez, pois nada pior numa corporação que lidar com pessoas desequilibradas, incapazes de aceitar a divergência.
A verdade é que não é fácil lidar com togados que tenham obsessão de si mesmo, que só tem olhos para os próprios umbigos, que pensam que são donos da verdade.
Uma escolha equivocada pode nos levar ao arrependimento por muitos e muitos anos. É por isso que, nessas questões, prefiro errar sozinho que errar por influência de terceiros.
Oxalá, nobre Desembargador, que todos os demais pensassem assim!
O senhor é a única reserva moral desta Casa!
Prezado Desembargador Jose Luiz: excelente o seu artigo e muito oportuna a sua declaração. Quero lhe adiantar que, como ex-presidente da OAB-MA, com direito a voto, terei oportunidade de, antes de V. Exa., votar na lista sextupla. Penso exatamente da mesma forma e assim também agirei.
Jose Antonio Almeida