O preço da ambição

Eu tenho um sentimento contraditório acerca dos corruptos. Ou melhor, das consequências que decorrem da revelação dos atos de corrpção e dos seus autores.

Explico. Fico torcendo, ardentemente, que os corruptos sejam pegos pelos órgãos de persecução, todavia não gostaria que a sua família passasse pelo constrangimento que  são brigadas a passar, em face dos atos de corrupção.

Infelizmente, por ambição, muitos, quando se lançam sobre o dinheiro público, não medem as consequências dos seus atos. Não pensam sequer na sua própria família, que, afinal, alfim e ao cabo, se revelados os nomes dos corruptos e corruptores,  é atingida de forma atroz.

O homem, este ser ambicioso, se não não teme as leis do Estado, se avalia que pode agir impunemente,  em face da conhecida leniência dos órgãos persecutórios,  deveria, pelo menos, se controlar, fazer atuar os mecanismos de controle internos,  para não submeter a sua família a situações constrangedoras, muitas das quais podem levar, até, ao suicídio.

A propósito, acabo de ler uma reportagem da revista Veja, na qual se descreve o sofrimento dos filhos e da esposa de Marcos Valério, já condenado por vários crimes, em face do famigerado “mensalão”.

É triste! É triste e lamentável que a ambição do homem o leve à degradação moral; degradação que, lamentavelmente, leva ao fundo do poço, por via reflexa, a própria família.

É o preço que se paga pela ambição desmedida!

É preciso convir que dinheiro é bom, mas não é tudo.

Autor: Jose Luiz Oliveira de Almeida

José Luiz Oliveira de Almeida é membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi promotor de justiça, advogado, professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.