Medalha vulgarizada?

Hoje entrou em discussão os nomes para homenagens com a medalha do mérito judiciário.

Convenhamos, a escolha de determinados agraciados deixa entrever que há uma indiscutível vulgarização dessa comenda.

Confesso que, pelo que vi hoje, não deverei  participar da solenidade de entrega das medalhas, em sinal de protesto.

É uma pena!

Entendo que é preciso mais critério.

Há indicados que não se tem notícias de  nenhum serviço prestado ao Poder Judiciário, a justificar a entrega da comenda.

Eu, se fosse agraciado sem merecê-lo, teria vergonha de participar da solenidade.

Melhor seria, para mim, homenagear alguns dos nossos mais valorosos funcionários, muitos dos quais deram a vida pelo Poder Judiciário e nunca foram reconhecidos.

É preciso compreender que essa comenda não é para ser fazer média com quem quer que seja.

Repito: é preciso critérios, antes que a comenda caia em total descrédito.

O que era para ser um bela homenagem, se transformou em manifestações de compadrio.

Não se pode entregar uma medalha dessas por pura  cortesia, pelos belos olhos do agraciado.

Aliás, antes que joguem pedras em mim, essa vulgarização foi ventilada no Pleno; e não foi por mim. Aqui eu apenas reafirmo o que já foi dito.

Autor: Jose Luiz Oliveira de Almeida

José Luiz Oliveira de Almeida é membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi promotor de justiça, advogado, professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Um comentário em “Medalha vulgarizada?”

  1. Nossos juristas eram muito elogiados país a fora, hoje somos motivos de piadas. Essa afirmação parte de um historiador e não de um jurista ou pessoa ligada ao poder judiciário,mas sempre ouvi dizer da potência que era o Maranhão pela qualidade dos seus magistrados. E aí vem o fator poder Executivo intervindo politicamente, agora de maneira mais incisivamente, no Judiciário. E o resultado foi a pobreza não só do ponto de vista da composição do Tribunal de Justiça, mas das suas sentenças. Antes um desembargador tinha vergonha da sua sentença ser reformada em instâncias superiores, hoje foi-se essa idéia e é comum a convivência com a mediocridade e outras perspectivas negativas…

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