Desabafar para não enfartar

Quase tudo na vida é relativo. A certeza absoluta que tenho é a de que é dos políticos a responsabilidade pela infelicidade de grande parte – a maioria diria – da população brasileira. Não fosse a inação da classe política e a sua inclinação natural para o desvio de verbas públicas, a sua proverbial insensibilidade, muitas vidas já teriam sido salvas no Brasil, nos mais diversos segmentos. É só olhar com os olhos de quem quer ver.

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Zé Pagodinho tem razão: “Dá nojo de político, dá nojo desta gente bandida”

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O celular, não se há de negar, é uma ferramenta extremamente “útil”, sobretudo para quem está encarcerado. Só no ano passado foram apreendidos, nos presídios, 34,9 mil aparelhos. Mas isso é só o lado visível, Há mais, muito mais.

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O estado de São Paulo registrou, de janeiro a setembro de 2012, um total de 372 mortos em supostos confrontos com a polícia. No mesmo período, 92 policiais militares morreram.

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Não se há de negar: a sociedade trata com preconceito o egresso do sistema penitenciário. Não há nenhuma possibilidade de, depois de cumprir pena, alguém voltar a ter vida normal; será sempre marginalizado, sobretudo se se trata de colarinho escuro. A propósito, só para que se tenha ideia do tamanho do problema, a população carcerá brasileira dobrou de 2002 para os dias atuais; já são mais de meio milhão de encarcerados. Olha o tamanho do problema!

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Sejamos sinceros: os parlamentos não são casa do povo e nem estão a serviço do interesse público – pelo menos no Brasil.

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Triste realidade: o tratamento dispensado nos hospitais públicos é uma vergonha. Os que buscam atendimento nessas unidades são tratados como rebotalho.

Com essas iscas reflexivas eu fujo um pouco do padrão deste blog. É que há dias que, de tanto ver prevalecer a incúria, a irresponsabilidade de muitos homens públicos, a gente precisa desabafar para não enfartar.

Autor: Jose Luiz Oliveira de Almeida

José Luiz Oliveira de Almeida é membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi promotor de justiça, advogado, professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

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