Minha mãe costuma repetir o apotegma, como um bordão: “aqui se faz; aqui se paga”.
Esse aforismo traduz a esperança que ela tem, desde sempre, de que os que façam maldades paguem por elas ainda em vida, aqui na terra, para que todos testemunhemos – e para que sirva de exemplo – que não vale a pena fazer maldades, perseguir as pessoas, roubar, matar ou qualquer outro tipo de ilícito penal ou moral.
A vida nos tem ensinado que não é bem assim.
Há muitos que fazem maldades e vivem uma vida de plena felicidade e de conquistas. Há muitos que, para ascender, vendem a alma ao diabo, e ascendem, conquistam, alcanças, posam de vencedores, esnobam, debocham dos tolos, ostentam, sorriam da nossa cara…
Há vários exemplos. Não preciso citá-los, pois.
O bom seria mesmo se assistíssemos, para o nosso deleite, os malfeitores pagando, à nossa vista, pelos seus erros.
Infelizmente, o que temos assistido é a vitória dos espertalhões, a estimular outros e outros espertalhões.
Aqui e acolá, é verdade, testemunhamos, só para não perder a fé, a queda de um calhorda, de um malfeitor, de bandidos dos mais variados matizes.
Para ilustrar, apanho na história do Brasil um exemplo emblemático.
Durante dez anos, Mem de Sá, escolhido, cuidadosamente, pelo rei D. João III, de quem era amigo, para substituir o desastrado Duarte da Costa, exterminou milhares de indígenas, dizimou centenas de aldeias e estimulou o tráfico de escravos.
Ao mesmo tempo, amealhou uma enorme fortuna pessoal, em razão do tráfico de escravos, de suas fazendas de gado, dos seus engenhos de açúcar e da exportação do pau-brasil.
Todavia, pagou um preço alto: numa expedição enviada ao Espírito Santo, em abril de 1558, para combater os Aimoré, foi morto seu filho Fernão.
Nove anos mais tarde, vítima de uma flecha, morreria seu sobrinho Estácio de Sá, na luta contra os franceses e Tamoios pela conquista do Rio de Janeiro.
A filha Beatriz, de 12 anos, e a mulher, Guiomar, estavam mortas, também.
Em 1569, após redigir o seu testamento, enviou uma carta ao rei, lamentando: “Sou um homem só.”
O que mais ele temia, acabou acontecendo, finalmente: morreu aqui, e aqui foi enterrado, sozinho, esquecido pela corte.
Antes, em 1568, quase aos 70 anos de idade, há mais de uma década como governador-geral, Mem de Sá escreveu uma carta ao rei de Portugal. Na carta, dentre outras coisas, implorava para que fosse mandado outro governador, pois que tinha receio de morrer em terras nas quais se julgava degredado.
De nada adiantou. Morreu só por essas bandas. Rico, sim, mas infeliz.
É isso!
Zé,
Noutro dia mostrei um artigo que escrevi e vc comentou que gostaria de ter escrito. Hoje digo a vc a mesma coisa: vc escreveu algo que eu gostaria de ter escrito, já que também fico a observar certas pessoas, que vivem fazendo falcatruas, e aparentam uma felicidade, que não entendo bem. Isso, como em vc, me causa espécie, pois se ferisse a minha consciência por conta do vil metal ou qualquer outro interesse, acho que não teria paz de espírito. Claro que todos somos falíveis e, por certo, se num momento percebo que a decisão tomada não foi a melhor, fico triste e chateada, mas passa logo, pois o erro foi sem dolo.
Só completaria uma coisa no artigo: é quanto a crença religiosa de muitos desses “mens de Sá”. Quase todos que conheço são fervorosos católicos, protestantes ou espiritas e com a crença em Cristo. São daqueles que contribuem com a igreja, freqüentam missa e tudo.
E aí que não consigo entender mais nada! Você entende? Por favor, depois de ler esse comentário, me dê uma luz. Sério mesmo!
Só completando: será que isso também é mentira e eles são ateus? Para mim vai ser uma grande surpresa, pois os agnósticos e ateus que eu conheço são do bem e procuram viver tendo como fé que, o importante nessa vida que acaba com a matéria, é procurar viver sem fazer o mal a outrem, pelo menos não intencional.
Des. José Luiz Almeida,
Muito lúcido o texto e, principalmente, a mensagem que o Sr. faz questão de aflorar com a divulgação deste.
Que bom seria se todos possuíssemos a certeza que aqueles que plantam o mal nesta terra pagariam a contento pela mazelas cometidas.
Um grande abraço de alguém que muito admira o Senhor, por sua inteligência, sua honestidade e sua lealdade à sua própria honra, pois é assim que o enxergo: Como um homem de bem, de honra e de princípios inabaláveis, diferente de todos esses que mancham a toga que deveriam zelar e a sociedade que deveriam proteger.
Adorei os dois comentários da Drª. Sônia Amaral. É interessante ver algumas criaturas ludibriando diuturnamente as pessoas, tão somente em prol do acúmulo do “vil metal” (como bem definiu a impoluta Juíza), e depois, sem a menor cerimônia, observar estes mesmos indivíduos nas igrejas, cultos evangélicos e até mesmo ecumênicos (dentro e fora das dependências do Tribunal), falando de fé, se ajoelhando e rezando. Neste último caso, em prol de que? Se acreditam em Deus, deveriam saber aquilo que os aguarda, nesta vida ou na passagem dela. Sinceramente, não dá para entender…
Estou passando por uma situação com pessoas me fazendo o mau e a minha família separando nos e me caluniando e colocaram muita gente contra min os lugares onde eu tinha boa reputação hj me desprezam e tratam mau. Algumas pessoas dizem eles vão paga. Mas enquanto isso eu sofro por saber que nao sou isso que colocaram p as pessoas no meu trabalho e na cidade que e pequena. Já são oito meses, enquanto eu sofro sendo humilhado e mau visto ate por aqueles que eram próximos de min. Os que fizeram tem credibilidade na cidade,pregam dentro das igrejas católicas e evangélicas. Riem de min ate mesmo dentro da igreja católica e teem uma vida boa comem bebem dormem e vivem como se fosse bons e eu sofrendo pelas suas maldades.estou lutando contra mas e uma luta desleal. E ate quando vao fazer e quando vao pagar, porque acredito na justiça de Deus. O exemplo de Men de Sa, e como o de Davi, pagou aqui mesmo.