O ministro Joaquim Barbosa tem deixado claro que é do tipo que não tem o necessário controle das palavras; diz o que entende deva dizer, em qualquer lugar, a qualquer momento, para, só depois, avaliar as consequências do que disse, o que, tratando-se de um magistrado, é lamentável.
É claro que, dizendo o que o povão quer ouvir, ele termina por agradar uma grande parcela da população, ávida por manifestações verbais que desqualifiquem figuras destacadas da república, sobre as quais muitos têm a pior impressão.
Mas não deixa de estar errado por isso, pois nem sempre o que as pessoas gostam de ouvir têm que ser dito; ainda que se trate do presidente da suprema Corte, de quem se espera muito mais que de uma pessoa, digamos, comum.
Tenho dito e reafirmado que do homem público se espera muito e que de um magistrado se espera muito mais.
Do homem público se espera, de mais a mais, rigor nas ações, nas reações e no controle da língua.
Nenhum homem público, muito menos um magistrad0, tem o direito de sair por aí dizendo o que bem entende, por mais empedernidas que sejam as suas convicções; convicções que, por si sós, não o tornam isento de críticas.
Todos sabem que sou do tipo que diz o que pensa. Todos são testemunhas, inobstante, que nunca fiz uma acusação leviana, mesmo porque falo sempre em tese, exatamente por que sei das consequências de dizer tudo o que se pensa.
Nenhum homem público, ainda que tenha muita credibilidade, está autorizado a dizer tudo o que pensa, pois as manifestações verbais irrefletidas podem vir em detrimento da própria credibilidade. É que, um dia, de tanto se repetirem as acusações não provadas, pode-se chegar à conclusão de que o boquirroto pode ser um acusador leviano e,por isso mesmo, sem credibilidade.
Essa história de acusar sem provas, de dizer tudo o que pensa pode até ser tolerada no mundo da política, no qual é quase um pecado ser verdadeiro. No mundo dos que têm a responsabilidade de decidir sobre os interesses mais relevantes das pessoas, de quem se espera equilíbrio e sensatez, é inaceitável.
Como admirador da sua postura e carater, principalmente no que concerne a plicação do direito, contudo, com o respeito necessario que as pessoas devem ter para com qualquer humanoide, perdoe-me a minha ignorancia, porem não entendi no seu texto a diferença entre o homem publico e o magistrado. Qual a diferença entre ambos?