Postura, respeito e dignidade

Todos que convivem comigo sabem que a minha paixão é rádio. Tenho muita esperança de um dia me aposentar e me dedicar ao rádio. Tenho dito que não quero remuneração. Eu quero apenas o espaço, para que eu possa falar as coisas que penso.

Este blog tem sido, desde 2006, a opção possível, para que eu possa levar a minha mensagem, expor as minhas inquietações. Felizmente, não tendo acesso a outro veículo de comunicação, eu tenho este blog para dizer o que sinto. Não sei o que seria de mim se não fosse possível usar esse espaço para desabafar, para dizer das minhas decepções, das minhas aflições.

Não há uma sessão do TJ, por exemplo, que eu não enfrente dissabores. Definitivamente, a minha maneira de ser – e de expor o que penso – incomoda, sem que eu saiba por que – quiçá eu até saiba, conquanto prefira não admitir.

Mas vou insistir em dizer o que penso – com responsabilidade, claro, afinal eu não sou um inconsequente.

Vou  defender os meus pontos de vista com a mesma veemência – sempre. Aos que se incomodam, dou um conselho: é preciso se preparar intelectualmente para reação. Não adiante elevar o tom de voz e usar termos chulos, pois que esse tipo de reação pode deixar transparecer que o agressor, além de mal-educado, não tem argumento, o que, decerto, me deixa numa posição absolutamente confortável.

Diferente dos seres abomináveis que habitam o nosso mundo, não sou do tipo de guerrinha de bastidores, de fofocas ao pé do ouvido. E tenho asco aos que procedem dessa forma. E há, sim, no nosso mundo, os que procedem dessa forma – infelizmente.

Eu abomino, tenho nojo dos que agem nos bastidores das corporações como moleques, estimulando a discórdia, criando factóides para atingir as pessoas de quem têm inveja, sentimento malévolo que, infelizmente, permeia a vida das instituições.

Essas reflexões são, sim, um desabafo.

Tenho medo de um dia responder no mesmo tom aos que teimam em ser descorteses comigo. Só ainda não o fiz porque sou magistrado e educado; e um magistrado – se educado, como sou,  já o disse – sofre calado, para manter a postura, o respeito e a dignidade, em tributo à toga que carrega sobre os ombros.

Por tudo isso tenho me mantido silente. Mas um dia posso reagir. Espero que esse dia não chegue nunca.

Autor: Jose Luiz Oliveira de Almeida

José Luiz Oliveira de Almeida é membro do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi promotor de justiça, advogado, professor de Direito Penal e Direito Processual Penal da Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

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