O dinheiro investido em estádios de futebol não encontra explicação e justificativa num país como o nosso, cujos serviços públicos, por falta de investimento ou por desvio, são de péssima qualidade. É mais que natural, pois, que as pessoas se indignem com o investimento feito até aqui, em estádios do tipo Mané Garrincha, em Brasília, onde sequer há futebol.
É claro que o dinheiro público investido na Copa não seria destinado, como num passe de mágica, em educação e saúde. Ninguém é ingênuo para acreditar nisso. Mas que fica a sensação de que, mais uma vez. estão usando mal o dinheiro público, não há dúvidas, sobretudo, repito, em face do péssimo serviço público oferecido à população carente. que morre nas filas dos hospitais, para ficar no exemplo mais eloquente, muitas vezes sem conseguir sequer marcar uma consulta; quando finalmente consegue, depois de tanta humilhação, tem que se submeter a mais uma provação, igualmente humilhante, para conseguir agendar uma data para entrega do resultado dos exames feitos.
Apesar de todo sofrimento, o brasileiro não perde a esperança e segue dando ótimos exemplos de criatividade, como se vê em mais duas frases que apanhei nas mídias, a propósito das manifestações que se espalham por todo o pais, das quais destaco mais duas: “Já temos estádios para a Copa, só falta um país em volta deles” ou “Queremos hospitais padrão Fifa“.